Estudante de medicina, investigado por fraude no Enem, pode estar envolvido em outro esquema
André Rodrigues Ataíde teria participado de fraudes em vestibular de faculdade particular
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Um estudante de medicina, investigado por suspeita de fraudar as provas do Enem, no Pará, estaria envolvido em outro esquema para burlar o vestibular de uma faculdade particular.
O vestibular próprio da Faculdade de Ciências Médicas do Pará e outras instituições ligadas ao grupo Afya é feito de forma online, com webcam e microfone ligados para monitorar o comportamento dos candidatos e evitar fraudes, mas segundo o inquérito policial, André Rodrigues Ataíde era pago para burlar este sistema.
Os estudantes que contratavam o serviço dele prestavam o exame com o auxílio de uma terceira pessoa, que não aparecia na webcam. Alguns, inclusive, faziam a prova na casa de André. As respostas das questões eram compartilhadas em grupo de mensagens.
O inquérito lista 21 nomes. São candidatos do Pará e mais cinco estados. Outras 18 pessoas teriam colaborado com o esquema, que também envolvia a adulteração de documentos.
A fraude, divulgada pelo portal Debate Carajás, foi descoberta a partir de análise do celular de André. O estudante de medicina, de 23 anos, foi preso em março deste ano, acusado de fazer provas do Enem no lugar de pelo menos duas pessoas, e responde ao processo em liberdade.
A Polícia Federal informou que o caso segue em investigação. O advogado que defendia André desistiu do caso. Procurado, o grupo Afya informou que o vestibular online é seguro e monitorado e que havendo comprovação de fraude, aplicará as medidas adequadas.