12 pessoas são presas em operação contra o tráfico em cinco estados
No Rio de Janeiro, policiais e criminosos entraram em confronto; as imagens são impressionantes
12 pessoas foram presas numa operação policial contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro e em outros quatro estados. As imagens de confronto são impressionantes.
No Complexo da Maré, no rio, policiais retiraram barricadas montadas por traficantes em um dos acessos à comunidade. Tudo parecia tranquilo até que começaram os tiros. Uma mulher foi ferida na perna, sem gravidade.
O objetivo da polícia era combater a lavagem de dinheiro da maior facção criminosa do Rio, o Comando Vermelho, que tem ramificações em todo o país. A operação aconteceu também nos estados do Amazonas, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Só em Manaus, foram nove presos, incluindo um policial civil.
"Ele captava contas bancárias para servir de passagem pro fluxo financeiro do tráfico de drogas em troca de uma porcentagem na transação", afirma Jefferson Ferreira, delegado da Polícia Civil.
Na Baixada Fluminense, a polícia prendeu o homem apontado como o principal operador financeiro dos traficantes. Dibh Pereira El-Moubayed é de São Paulo e foi localizado na cidade de Belford Roxo porque respondia por violência doméstica e usava tornozeleira eletrônica.
"Ele não atuava só para o narcotráfico. Então, ele atuava desde a contratação, a contravenção, a grupos paramilitares, a elos políticos; era um verdadeiro operador financeiro", afirma Gustavo Rodrigues, chefe de Combate ao Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro.
Segundo as investigações, o esquema de lavagem de dinheiro movimentou R$ 126 milhões em dois anos. Boa parte dessa quantia foi enviada para regiões de fronteira do Brasil, onde os criminosos compravam armas e drogas.
A Polícia Civil identificou o Rio Solimões como a principal rota da facção Comando Vermelho. Drogas e armas eram escoadas para Manaus, de onde seguiam para estados do sudeste e do centro-oeste. É, segundo os investigadores, uma estrutura ciminosa complexa e sofisticada.
"A importância de operações como essas é trazer à luz pessoas que figuravam nos bastidores do narcotráfico e do tráfico de armas, mas que eram essenciais, e também a gente mapear a rota, conhecer a rota, da onde vem, quem domina tal rota, aonde o cartel tem a maior influência, em quais locais, em quais fronteiras", diz Marcus Amim, chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro.