Publicidade
Polícia

Artista e líder indígena do Pará denuncia racismo em restaurante do Rio

Após ser alvo de comentários preconceituosos, indígena teve dificuldades para formalizar a denúncia nos canais oficiais

Imagem da noticia Artista e líder indígena do Pará denuncia racismo em restaurante do Rio
Foto: Reprodução
Publicidade

O artista e líder indígena Time’i Awaete Assurini, presidente do Instituto Janeraka, no Pará, diz ter sido alvo de falas racistas em um restaurante na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Ele está na cidade para receber o Prêmio Cunhambebe Tupinambá, concedido pela Funai e pelo Ministério da Cultura.

A ofensa, segundo o relato publicado em redes sociais, ocorreu durante o almoço, enquanto Time’i se servia no buffet ao lado da companheira, a produtora cultural Carla Romano. De acordo com o boletim de ocorrência, um funcionário do restaurante o chamou de “índio do pica-pau” e “índio de madeira”, e ironizou sua presença no local afirmando que “achava que só tinha índio no mato” e que “agora o índio do pica-pau estava se alimentando, comendo bem na Barra”.

+ Tarifa social de energia entra em vigor neste sábado (5): veja quem tem direito e o que muda

Depois das ofensas, o casal afirma que encontrou dificuldades para levar a denúncia adiante . Mesmo com um pedido inicial de desculpas da equipe, os gerentes apagaram mensagens e documentos trocados pelo WhatsApp e mudaram o combinado sobre o fornecimento das informações necessárias para registrar a queixa. Por sorte, conseguiram salvar parte dessas conversas antes da exclusão.

Agiram de má fé após falarem com os advogados”, disse Carla.

Os obstáculos no local não foram os únicos. Tentativas de formalizar a denúncia pelo Disque 100 e pela Delegacia de Crimes Raciais (Decradi) falharam, com chamadas caindo ou não sendo completadas. A queixa só foi registrada após orientação para usar o serviço 1746 da Prefeitura.

Eu não imaginava que seria tão difícil denunciar oficialmente”, desabafou Time’i em nota à imprensa.

Encaminhado à Decradi, o caso segue em apuração. “Casos como esse precisam vir à tona. É preciso decolonizar o racismo e restaurar o respeito às ancestralidades”, concluiu o artista.

Ofensas motivadas pela identidade indígena configuram racismo, crime previsto no artigo 5º da Constituição Federal, que protege a igualdade e proíbe qualquer discriminação por origem, raça ou cor. Esses atos violam direitos constitucionais e perpetuam o preconceito contra os povos originários.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade