Violência entre Israel e Hamas se espalha pela Cisjordânia
Ataque perto de Jerusalém, em região controlada por israelenses, deixou um morto e 11 feridos
O número de mortes na Faixa de Gaza, desde que a guerra entre Israel e Hamas começou, já se aproxima de 30 mil. A violência também se espalha pela Cisjordânia.
Nesta quinta-feira (22), atiradores abriram fogo em uma das regiões ocupadas por israelenses, deixando um morto e 11 feridos, perto de Jerusalém, num pedaço da Cisjordânia controlado por Israel. Os atiradores eram três palestinos. Dois foram mortos pela polícia e outro acabou preso.
No local do ataque, o ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, prometeu distribuir mais armas para os colonos israelenses nos territórios ocupados e afirmou que o direito à vida do povo de Israel prevalece sobre a liberdade de movimento dos palestinos, sugerindo ainda mais restrições.
Restrição é palavra-chave na Faixa de Gaza: de movimento, de comida, casa, água, de remédio.
No Conselho de Segurança da ONU, o representante da organização Médicos Sem Fronteiras disse que crianças estão sendo amputadas sem anestesia e que os profissionais de saúde foram novamente alvejados por tiros.
"Isso é intencional ou indicativo de incompetência", sugeriu Christopher Lockyear, criticando Israel.
Na Corte Internacional de Justiça, na Holanda, onde Israel é acusado de genocídio, os representantes da China, Iirã e Japão colocaram mais pressão sobre Tel Aviv. Os japoneses disseram que a ocupação dos territórios palestinos, incluindo Jerusalém Oriental, é "ilegal e desumana".
Não foi apenas o Brasil que viu sua política interna ser contaminada pelo que acontece na Faixa de Gaza. Vários governos na Europa enfrentam pressão popular nesse momento por um posicionamento mais firme sobre a guerra, inclusive o Reino Unido, um dos principais aliados de Israel.
A temperatura do debate subiu tanto que abriu uma crise até no Parlamento britânico. No momento em que a oposição passou a apoiar um cessar-fogo, parlamentares não conseguiram se entender sobre o que votar. Parte deles pôs a culpa no presidente do Parlamento e exige a renúncia dele. 66% dos britânicos defendem um cessar-fogo imediato.