União Europeia adia implementação de lei antidesmatamento
Bloco alega que problemas com tecnologia e dados precisam ser resolvidos antes de sancionar a lei

Reuters
A União Europeia adiará a implementação de sua lei antidesmatamento pela segunda vez, disse a Comissária do Meio Ambiente, Jessika Roswall, nesta terça-feira (23). A influência dos Estados Unidos e outros parceiros comerciais levaram o bloco a postergar a proibição de importações de produtos fortemente ligados ao desmatamento e destruição de florestas, como o óleo de palma.
Roswall alega que a decisão foi feita pensando em evitar problemas tecnológicos logo que a lei entrasse em vigor, como informações, dados e demais empecilhos.
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Bruxelas já havia adiado a lei após reclamações de indústrias e parceiros comerciais, incluindo o Brasil — exportador de café —, a Indonésia e os Estados Unidos, ainda sob a gestão do ex-presidente Joe Biden.
Prosseguir com o lançamento da política, que proíbe a importação de commodities, como soja, carne bovina e cacau, sem abordar o sistema de TI, pode causar transtornos às empresas e cadeias de suprimentos da UE, disse a comissária.
"Estamos preocupados com o sistema de TI, dada a quantidade de informações que colocamos no sistema. E é por isso que buscaremos, com os colegisladores, um adiamento de um ano. E isso, é claro, também nos dará tempo para analisar os diferentes riscos", disse ela. "Há muitas informações provenientes do setor e das empresas em um curto período de tempo. Essa é a sobrecarga que vemos como um risco, e é por isso que precisamos desse tempo extra para ver como podemos resolver", acrescentou Roswall.
Roswall disse que discutiria as próximas etapas com o Parlamento Europeu e os Estados membros da UE, que devem aprovar o atraso.