Trump e Zelensky elevam tom dos discursos sobre fim da guerra na Ucrânia
Rússia e EUA negociam cessar-fogo sem participação do líder ucraniano, enquanto presidente Lula sugere envio de missão de paz
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Thiago Ferreira
Os discursos de Donald Trump e Volodymyr Zelensky escalaram em intensidade, enquanto o governo dos Estados Unidos (EUA) tenta negociar diretamente com os russos uma solução para a guerra na Ucrânia.
O presidente ucraniano reagiu a declarações de Trump, que sugeriu que sua aprovação estaria em torno de 4%. "Vimos essa desinformação vinda da Rússia", rebateu Zelensky. Ele mantém um índice de aprovação de 57%, segundo o Kyiv International Institute Sociology. O número é superior ao de Trump nos Estados Unidos, que é de 44%, de acordo com pesquisa Reuters/Ipsos.
O ex-presidente americano também chamou Zelensky de "ditador sem eleições", intensificando o embate entre os dois líderes. "É melhor agir rápido ou não haverá mais um país", reforçou Trump em publicação, enfatizando a necessidade de uma solução imediata para o conflito.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Ucrânia não foi excluída das negociações e que está pronto para dialogar. Ainda mais agora que a Casa Branca tem um novo presidente, com o qual Putin disse que seria um prazer se reencontrar.
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Missão de paz
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o país pode mandar uma missão de paz à Ucrânia, mas descartou o envio de tropas. Ele também defendeu que a União Europeia participe das negociações.
"O papel de Trump de negociar sem querer ouvir a União Europeia é ruim, muito ruim, porque a União Europeia se envolveu com muita força e agora não pode ficar de fora", declarou Lula.
A França também se manifestou sobre o tema, afirmando que "as soberanias da Ucrânia e da Europa são inseparáveis". A declaração reforça a preocupação europeia com a condução das negociações sem a presença dos principais afetados pelo conflito.
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Em viagem recente a Kharkiv, na Ucrânia, o correspondente do SBT Sérgio Utsch destacou que, além das perdas humanas irreparáveis, a destruição da infraestrutura do país representa um desafio gigantesco para a reconstrução.