Presidente do Equador promete deportar detentos estrangeiros e decreta guerra contra o crime
País enfrenta onda de violência após fuga de Adolfo Macías, líder da facção Los Chorenos, de uma prisão em Guayaquil
O presidente do Equador, Daniel Noboa, disse nesta 4ª feira (10.jan), que pretende deportar presos estrangeiros e que o país está em estado de guerra com grupos terroristas.
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"Estamos num conflito armado não internacional, lutando pela paz, contra grupos terroristas que hoje contam com mais das 20 mil pessoas", disse
“Não vamos negociar com terroristas e não vou ceder um milímetro”, pontuou Noboa. “O Estado está em guerra.”
As declarações foram feitas à rádio equatoriana Canela, um dia após o chefe de Estado declarar estado de emergência nacional em todo território devido à crise do sistema penitenciário no país. A medida, programada para durar 60 dias, inclui toque de recolher das 23h às 5h e autoriza a atuação das Forças Armadas no conflito.
A fuga de Adolfo Macías, o Fito, líder da facção mais temida do país, os Los Chorenos, de uma prisão em Guayaquil, é apontada como principal motivo para o caos que se instaurou no país. Na 3ª feira (9.jan) uma onda de ataques deixou ao menos 13 mortos e provocou pânico na população, com diversos episódios violentos nas ruas e no sistema penitenciário, além do sequestro de policiais e a invasão de um canal de televisão durante uma transmissão ao vivo.
Noboa afirmou que o Estado está fazendo o "possível e impossível" para trazer os reféns "sãos e salvos”.
Estrangeiros presos serão deportados
Questionado se vai aceitar a ajuda internacional oferecida por Estados Unidos, Colômbia e outros países da América Latina, Noboa afirmou que começaria enviando os estrangeiros detidos em prisões equatorianas.
Segundo o presidente, pelo menos 1.500 detentos no país tem nacionalidade colombiana. Cidadãos do Peru e Venezuela também representam uma grande parcela do atual sistema penitenciário do Equador, que está superlotado.
Construção de novas cadeias e mais medidas
Na entrevista, Noboa também afirmou que irá anunciar nesta 5ª feira (11.jan) a construção de novos presídios de segurança máxima em Pastaza e Santa Elena. Além disso, prometeu que irá punir membros do judiciário e do Ministério Público que estejam ligados aos cartéis que atuam no país.
Segundo Noboa, antes de fugir, Fito chegou a ser solto mais de seis vezes por um juiz."Todas estas pessoas também vão ser consideradas parte do terrorismo”, reforçou o presidente.
