Pé de alpinista desaparecido há 100 anos é encontrado no Everest
Exames de DNA devem confirmar se os restos mortais pertencem a Andrew 'Sandy' Irvine e podem ajudar a resolver um dos maiores mistérios do montanhismo
Um mistério de mais de 100 anos ganhou uma nova pista após alpinistas encontrarem a bota e o pé preservado de Andrew Comyn Irvine, conhecido como Sandy, que desapareceu em 1924 com o seu parceiro George Mallory durante uma expedição no Monte Everest.
A dupla, que buscava se tornar as primeiras pessoas a conquistar o Everest, foi vista pela última vez a cerca de 245 metros do cume. Seu destino tem sido debatido desde então, com alpinistas e historiadores tentando descobrir se os exploradores chegaram ao topo do pico mais alto do mundo ou não.
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Caso eles tenham conseguido, seu feito teria ocorrido cerca de 29 anos antes de Tenzing Norgay e Edmund Hillary finalmente chegarem ao topo do Everest.
Embora os restos mortais de Mallory tenham sido localizados em 1999, o corpo de Irvine permanecia desaparecido. Isso mudou em setembro deste ano, quando o fotógrafo e cineasta Jimmy Chin liderava uma equipe da National Geographic abaixo da face norte do Monte Everest e descobriu a bota e uma meia bordada com “AC Irvine”, que se acredita pertencer ao montanhista desaparecido.
“Levantei a meia”, diz Chin, descrevendo o momento, “e há uma etiqueta vermelha com AC IRVINE costurada nela”. Chin diz que ele e seus companheiros reconheceram o significado do momento em uníssono. “Estávamos todos literalmente correndo em círculos soltando palavrões"
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"É a primeira evidência real de onde Sandy foi parar", disse o cineasta sobre a descoberta. Ele também espera que a descoberta ajude a explicar o que aconteceu na montanha em 1924 e traga algum encerramento para os parentes de Irvine que ainda o reverenciam. "Quando alguém desaparece e não há evidências do que aconteceu com eles, pode ser realmente desafiador para as famílias. E apenas ter alguma informação definitiva de onde Sandy pode ter ido parar é certamente [útil], e também uma grande pista para a comunidade de escalada sobre o que aconteceu."
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O pé foi levado pela equipe para Associação de Montanhismo China-Tibet (CTMA), a autoridade governamental que supervisiona o lado norte do Everest, e coletou uma amostra de DNA que deve confirmar a identidade do pé. O trabalho é acompanhado pelo Consulado Britânico.