Navios de guerra e submarino nuclear da Rússia chegam a Cuba para exercícios navais
Incursão militar acontece pouco depois de os EUA autorizarem a Ucrânia a usar armas americanas para atacar territórios russos
Uma frota naval russa, que inclui o submarino nuclear Kazan, chegou a Cuba nesta quarta-feira (12) para uma série de exercícios militares que devem durar até a próxima segunda-feira (17). Esse é a primeira incursão militar da Rússia na região desde 2019 e acontece menos de duas semanas depois dos Estados Unidos autorizarem a Ucrânia a usar armas fornecidas pelo país para atacar territórios russos.
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A flotilha, que também é composta pela fragata "Almirante Gorshkov", pelo petroleiro "Pashin" e pelo rebocador de resgate "Nikolai Chiker", atravessou a Baía de Havana no início desta manhã, acompanhada por dois navios de guerra Destróier da Marinha dos EUA. Espera-se que o destacamento naval realize uma visita oficial ao porto de Havana, com uma possível parada na Venezuela.
Vizinhos dos Estados Unidos, ambos os países enfrentam uma série de embargos comerciais de Washington e são aliados próximos de Moscou.
Em entrevista ao canal norte-americano CBS, o coordenador de Comunicações de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que o país foi avisado sobre a incursão e irá monitorar a visita. Dois navios de guerra Destróier da Marinha dos EUA acompanharam a chegada da flotilha.
“Claramente, isso é um sinal de descontentamento deles em relação ao que estamos fazendo pela Ucrânia”, disse Kirby, acrescentando “vamos observar, vamos monitorar, isso não é inesperado.” Os EUA “não têm indicação nem expectativa de que armas nucleares serão utilizadas nesses exercícios ou embarcadas nessas embarcações”, ressaltou.
Crise dos Mísseis
Em 1962, durante a Guerra Fria, uma crise entre os Estados Unidos e a extinta União Soviética deixou o mundo à beira de uma guerra nuclear.
A descoberta de que mísseis nucleares soviéticos estavam sendo instalados em Cuba, a 144 km do território norte-americano, foi o estopim da crise, que durou 13 dias e só terminou quando o líder soviético Nikita Khrushchev concordou em retirar os mísseis em troca da promessa de que os EUA não invadiriam a região e removeriam seus mísseis nucleares da Turquia. O episódio marcou um ponto crítico da Guerra Fria e ficou conhecido como Crise dos Mísseis.