“Mundo está um pouco menos injusto hoje”, diz Lula sobre soltura de Assange
Fundador do WikiLeaks fez acordo com EUA e deixou prisão no Reino Unido. Outros líderes mundiais também reagiram a sua libertação; confira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou nesta terça-feira (25) a soltura do fundador do WikiLeaks, o jornalista australiano Julian Assange.
Acusado de vazar milhares de documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos, o jornalista estava preso desde 2019 na Inglaterra e foi solto ontem (24), após chegar a um acordo com a Justiça dos EUA para se declarar culpado em acusações de espionagem.
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Ainda em 2020, Lula escreveu um artigo no jornal The Guardian em que afirmou que a extradição de Assange aos EUA prejudicaria a liberdade de expressão e que as acusações contra ele afetavam jornalistas de todo o mundo
"Ninguém que acredita na democracia pode permitir que alguém que deu uma contribuição tão importante à causa da liberdade seja punido por fazê-lo. Assange, repito, é um defensor da democracia e deveria ser libertado imediatamente", afirmou Lula em um trecho do texto.
Assim como o presidente brasileiro, outros líderes mundiais também reagiram à libertação de Assange.
O presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, escreveu no X (antigo Twitter): "O longo e cruel castigo que lhe foi imposto pelas suas denúncias de crimes imperiais permanecerá na memória do povo como prova de quão pouco os seus carcereiros acreditam na liberdade de imprensa".
"A prisão eterna e a tortura de Assange foram um ataque à liberdade de imprensa à escala global", afirmou Gustavo Petro, presidente da Colômbia. "Convido Julian e sua esposa Stella para visitarem a Colômbia e fazermos um ato pela verdadeira liberdade", pontuou.
Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, também usou a rede social para felicitar o jornalista pela sua liberdade. "É um dia de alegria pela luta pela paz e pela verdade", afirmou Morales. O atual presidente do país, Luis Arce, também celebrou a libertação
"Do Estado Plurinacional da Bolívia celebramos a libertação de Julian Assange, após perseguição feroz e inaceitável, a violação do seu asilo e prisão", escreveu. "O seu crime foi revelar crimes de guerra e crimes contra a humanidade perpetrados pelo imperialismo. Este acontecimento lembra-nos que a luta revolucionária é essencial para alcançar a liberdade e a justiça social", completou.
"Pelo menos neste caso, a Estátua da Liberdade não permaneceu um símbolo vazio; ela está viva e feliz como milhões no mundo", afirmou o ex-presidente do México Andrés Manuel Lopez.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse que o caso já vinha se arrastando há muito tempo e que "não há nada a ganhar com a continuação da prisão" de Assange. "Queremos que ele seja levado para casa, na Austrália", concluiu.