Mulher que dizia ser Madeleine McCann é condenada no Reino Unido por assediar pais da menina
Polonesa Julia Wandelt alegou nas redes sociais ser a menina britânica desaparecida em 2007 e assediou a família McCann

Antonio Souza
A Justiça do Reino Unido condenou Julia Wandelt, de 24 anos, a seis meses de prisão por assediar a família de Madeleine McCann, menina britânica desaparecida em 2007.
O caso ganhou repercussão internacional depois que a jovem afirmou nas redes sociais ser a própria Madeleine, desaparecida em Portugal aos 3 anos de idade.
+ Principal suspeito do desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann é libertado
O julgamento aconteceu no início de outubro, depois que os pais de Madeleine processaram Julia por assédio. Segundo o jornal The Guardian, a jovem teria enviado mensagens e feito diversas ligações direcionadas à família, levando-os a acreditar que ela sofria de problemas de saúde mental.
Durante o processo, os promotores apresentaram provas de que Julia não é Madeleine McCann. Além da prisão, o juiz impôs ordens de restrição permanentes, proibindo qualquer contato de Julia com os McCann.
+ Mulher que diz ser Madeleine McCann divulga suposto teste de DNA
Após o veredicto, a família divulgou uma nota pelas redes sociais afirmando que “apenas queria que o assédio parasse”.
"Apesar do veredicto de culpada por assédio proferido pelo júri, não nos alegramos com o resultado. Como a maioria das pessoas, não queríamos passar por um processo judicial e apenas desejávamos que o assédio cessasse. A decisão de processar foi tomada pelo Ministério Público, com base nas provas recolhidas pela polícia. Esperamos que a Sra. Wandelt receba o cuidado e o apoio adequados de que necessita e que qualquer vulnerabilidade não seja explorada por terceiros."
Quem é Julia Wandelt
Julia ganhou as manchetes internacionais no começo de 2023, quando ela surgiu em um perfil na internet intitulado de “@iammadeleinemccann”, em português: "eu sou Madeleine McCann".
Ela compartilhou postagens nesta conta em que comparava seus traços com os da garota desaparecida em Portugal.
Julia também chegou a participar de entrevistas e programas de TV, incluindo o talk show americano Dr. Phil, em março daquele ano.
Em fevereiro deste ano, a jovem divulgou nas redes sociais, testes de DNA que comprovariam sua conexão biológica com a família.
Os supostos exames teriam uma compatibilidade de 69,23% com amostras de Madeleine, que teriam sido coletadas na cena do crime. A informação foi repercutida pelo jornal britânico "Daily Mail".
Julia afirmou que os testes foram feitos por um "especialista mundial" na área, porém o nome dele não foi revelado. As principais características que, de acordo com o exame, correspondem são os olhos, dentes e a voz.
Segundo ela, o suposto especialista teria analisado "cabelo obtido do chão da cena do crime em Portugal", assim como a "saliva obtida da colcha da cama do local".
Em 2024, a jovem enviou seu DNA para determinar qual era o seu local de origem. A médium e investigadora particular Fia Johansson, que auxiliou Julia na busca por informações, revelou que os resultados confirmaram a origem polonesa, o que descartaria qualquer possibilidade de ser Madeleine McCann, já que a garota era britânica.
“Ela tem pequenas porcentagens lituana e russa, mas os resultados mostram que ela é polonesa”, disse a investigadora ao Radar Online na época. Em postagens recentes, a polonesa rebateu a fala de Fia e mostrou testes que afirmam que ela é "parte britânica, parte irlandesa".
Após as alegações, Kate e Gerry, pais de Madeleine, teriam se recusado a fazer um novo teste de DNA.
O caso Madeleine McCann
O desaparecimento de Madeleine McCann ocorreu em 3 de maio de 2007, durante férias da família em Praia da Luz, no Algarve, Portugal.
A menina tinha 3 anos e dormia no quarto do hotel quando sumiu, enquanto os pais jantavam em um restaurante próximo.
O caso se tornou um dos maiores mistérios criminais da Europa, com investigações internacionais e diversas teorias, mas Madeleine nunca foi encontrada.
As polícias de Reino Unido, Alemanha e Portugal, identificaram o homem chamado Brueckner como principal suspeito. Ele cumpriu pena de sete anos de prisão por um crime sexual sem relações com a garota.
Os pais de McCann continuam a fazer campanha para que sua filha, que agora teria 22 anos, seja encontrada e emitem uma declaração todos os anos no aniversário de seu desaparecimento.








