"Lobos solitários": Entenda perfil de extremistas que agem de forma imprevisível
Atentados como o de Brasília são difíceis de prever devido à radicalização individual e online
As investigações sobre o recente ataque em Brasília apontam a possibilidade de que tenha sido realizado por um "lobo solitário" – termo usado para descrever extremistas que agem de forma independente, motivados por ideologias políticas, religiosas ou sociais difundidas, muitas vezes, nas redes sociais.
Exemplos de ataques realizados por esses indivíduos incluem eventos como o massacre de Hebron, em 1994, quando Baruch Goldstein matou 29 pessoas na Palestina, e o ataque de 2011 na Noruega, onde Anders Breivik, militante de extrema-direita, tirou a vida de 77 jovens em um congresso político.
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Estes e outros ataques na Europa, como em Bruxelas, Paris e Berlim, mostram uma característica comum: os "lobos solitários" agem sozinhos, mas encontram nas redes sociais e em grupos extremistas uma fonte de motivação. "A internet facilita a propagação de desinformação, desencadeando lados obscuros em certas pessoas", explica Vitor Stuart de Pieri, professor de Geografia da UERJ.
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Nos Estados Unidos, o número de ataques políticos nos últimos cinco anos triplicou em comparação com os últimos 25, refletindo uma mudança de atos contra governos em geral para alvos específicos e visões políticas definidas. Essa tendência também começa a surgir no Brasil, onde o índice de risco de ataques extremistas aumentou significativamente na última década, apesar do baixo impacto do terrorismo no país, que ocupa a posição 49 no Índice Global de Terrorismo.
Outro fator importante é a saúde mental dos indivíduos que se radicalizam online e transformam esse extremismo em ação, como o atentado de 2016 na França, quando Mohamed Bouhlel matou 86 pessoas ao atropelá-las com um caminhão, surpreendendo os serviços de segurança franceses.