Inundações repentinas deixam mais de 300 mortos no Afeganistão
Cenário foi provocado pelas fortes chuvas da última semana; governo Talibã decretou estado de emergência
Mais de 300 pessoas morreram, incluindo 51 crianças, em inundações repentinas no Afeganistão. As fortes chuvas de sexta-feira (10) aumentaram o nível dos rios em várias províncias, fazendo com que a água invadisse vilarejos e terras agrícolas. O grupo Talibã, atualmente no comando do país, decretou estado de emergência.
Apesar de alto, o número de mortos ainda deve aumentar. É o que estima a Organização Internacional para as Migrações no Afeganistão, já que muitas pessoas ainda estão desaparecidas. Segundo a entidade, a província de Baghlan, no norte, foi uma das mais atingidas, com 218 óbitos. Takhar e Badakhshan também foram afetadas.
Em comunicado, o porta-voz do governo talibã, Zabihullah Mujahid, disse que, além das mortes, “o dilúvio causou uma extensa devastação em propriedades residenciais, resultando em perdas financeiras significativas”. Isso significa que a situação humanitária no país, que está em crise desde que o grupo tomou o poder do país, deve aumentar.
Mudança climática
O Afeganistão está entre os 10 países mais vulneráveis à mudança climática e vem registrando um aumento nos eventos climáticos extremos, principalmente inundações causadas por chuvas torrenciais, secas e tempestades de areia. Os cenários resultam na morte de centenas de pessoas e causam danos significativos à infraestrutura.
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O relator especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos no Afeganistão, Richard Bennett, disse que as inundações são "um lembrete gritante da vulnerabilidade do Afeganistão à crise climática”. Segundo ele, tanto a ajuda imediata quanto o planejamento de longo prazo por parte do Talibã e dos governos internacionais são necessários.