Governo do Peru desiste de terceirizar venda de ingressos para Machu Picchu
Terceirização provocou manifestações da população, que bloqueou o acesso à atração turística
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O governo do Peru voltou atrás, nesta na quarta-feira (31), em seus planos de terceirizar a venda de ingressos para Machu Picchu para uma empresa privada.
A terceirização provocou manifestações da população, que bloqueou o acesso à atração turística mais famosa do país e o serviço ferroviário para a região foi suspenso.
Apesar da resolução desta quarta-feira, as ruas, hotéis e restaurantes ao redor do local permaneceram praticamente desertos.
11 dias após o governo anunciar a mudança no sistema de venda de ingressos, que estava sob responsabilidade de uma entidade estatal por 15 anos, o Executivo cedeu e rescindiu o contrato questionado pelo setor de turismo local.
A ministra da Cultura do Peru, Leslie Urteaga, que alegou irregularidades e uma perda de US$ 1,8 milhão por ingressos não relatados por órgãos estatais, concordou com o pedido dos manifestantes após se reunir com o presidente regional de Cusco e o prefeito do distrito de Machu Picchu.
As autoridades comprometeram-se a transferir a venda de ingressos para uma plataforma online gerenciada pelo governo nacional e rescindiram o contrato com a Joinnus, a empresa de venda de ingressos virtual pertencente a um dos grupos econômicos mais ricos do Peru, que havia assumido o serviço em meados de janeiro.
O serviço ferroviário para a área, que havia sido suspenso na sexta-feira, foi prontamente retomado, mas a chegada de visitantes ainda estava limitada a um pequeno número.
Quatro países - Brasil, Estados Unidos, Alemanha, França - haviam aconselhado seus cidadãos a terem cautela se planejassem visitar Machu Picchu, um Patrimônio Mundial desde 1983, citando a potencial falta de água e outros itens essenciais devido a interrupções no transporte.
O turismo é a principal atividade econômica em Cusco, com mais de 200.000 pessoas tendo empregos diretos no setor. Antes dos protestos, até 4.500 visitantes entravam em Machu Picchu todos os dias.
Não há números oficiais sobre as perdas potenciais durante a primeira semana de protestos, mas alguns sindicatos de turismo estimam o prejuízo em cerca de US$ 4,7 milhões.
"As perdas incluem todos os setores diretamente ligados ao turismo, como agências de viagens, hotéis, restaurantes, guias turísticos, mas também mercados, taxistas e comunidades rurais", disse Elena González, presidente da Associação de Agências de Turismo de Cusco.
*com informações da Associated Press