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Bayer é condenada a pagar R$ 12 bilhões por caso de câncer ligado a herbicida

Morador dos EUA alega que desenvolveu linfoma não Hodgkin após uso do Roundup, produto da Monsanto, empresa que pertence a Bayer

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Um júri da Geórgia, nos Estados Unidos, determinou que a Bayer, empresa-mãe da Monsanto, pague quase US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões na cotação atual) em indenizações a um homem que afirma que o herbicida Roundup causou seu câncer.

O veredito foi anunciado na última sexta-feira (21) e marca mais um capítulo da longa batalha judicial que a companhia enfrenta devido ao produto.

De acordo com os advogados do autor do processo, John Barnes, a decisão inclui US$ 65 milhões em indenizações compensatórias e US$ 2 bilhões em indenizações punitivas. Barnes, que entrou com a ação em 2021, alega que desenvolveu linfoma não Hodgkin após o uso do Roundup.

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O advogado Kyle Findley, representante de Barnes, afirmou que o veredito ajudará seu cliente a buscar o tratamento necessário. “Foi uma longa jornada para ele, e agora a verdade veio à tona”, disse Findley à Associated Press. O advogado classificou a decisão como um "marco importante" e acusou a Monsanto de se recusar a aceitar a responsabilidade por um produto tóxico.

Bayer contesta decisão

A Bayer, que adquiriu a Monsanto em 2018, já enfrentou mais de 177.000 processos relacionados ao Roundup e separou US$ 16 bilhões para possíveis acordos. Apesar do novo revés, a empresa afirmou que recorrerá da decisão, argumentando que o veredito “contraria o peso das evidências científicas” e o consenso de órgãos reguladores sobre a segurança do herbicida.

A empresa insiste que o glifosato, principal ingrediente do Roundup, não é cancerígeno quando usado conforme as instruções, conforme avaliação da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA). No entanto, diversos processos apontam uma suposta relação entre a substância e o linfoma não Hodgkin.

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Histórico de processos

Este é o quarto grande veredito contra a Bayer relacionado ao Roundup. Em janeiro de 2024, um júri da Filadélfia concedeu uma indenização recorde de US$ 2,25 bilhões a outro autor que alegou ter desenvolvido câncer pelo uso do herbicida.

Findley afirmou que seu escritório representa diversos outros clientes em casos semelhantes ao de Barnes. Enquanto isso, a Bayer mantém sua posição e afirma ter vencido 17 dos últimos 25 julgamentos sobre o tema.

Futuro do Roundup nos EUA

Nos últimos anos, a Bayer tem pressionado por mudanças nas leis estaduais dos EUA para proteger empresas de pesticidas contra ações judiciais sobre riscos à saúde, desde que sigam as diretrizes da EPA. A empresa argumenta que os processos podem tornar insustentável a continuidade do Roundup no mercado. Oposição ao movimento, no entanto, aponta que isso poderia reduzir a responsabilização das empresas químicas.

O Roundup continua sendo amplamente utilizado na agricultura global, sendo um dos herbicidas mais populares do mundo.

*com informações da Associated Press

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