União Europeia abre negociações para entrada da Ucrânia no bloco
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, comemorou a decisão: "história é feita por quem não se cansa de lutar pela liberdade"
SBT News
O Conselho Europeu abriu as negociações de adesão da Ucrânia e a Moldávia à União Europeia (UE), bloco atualmente composto por 27 nações. A informação foi compartilhada pelo presidente do conselho, Charles Michel, que também informou que os líderes europeus concordaram em conceder o estatuto de candidato à Geórgia.
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"Um sinal claro de esperança para o seu povo e para o nosso continente", afirmou Michel no X, antigo Twitter.
The European Council has decided to open accession negotiations with Ukraine & Moldova. #EUCO granted candidate status to Georgia. And the EU will open negotiations with Bosnia and Herzegovina once the necessary degree of compliance with the membership criteria is reached and?
? Charles Michel (@CharlesMichel) December 14, 2023
A decisão foi comemorada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. "Agradeço a todos que trabalharam para que isso acontecesse e a todos que ajudaram. Parabenizo todos os ucranianos neste dia", afirmou no X.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, também se manifestou na plataforma e afirmou que a decisão é reconhecimento das reformas realizadas pelo país para cumprir os critérios de adesão.
"Com esta decisão, a UE também reconheceu as reformas que realizamos nos últimos anos e a implementação de todas as recomendações da Comissão Europeia. Um caminho difícil está à nossa frente. Estamos prontos para embarcar nisso o mais rápido possível. A Ucrânia será membro da UE!", escreveu.
O desejo da Ucrânia de entrar no bloco europeu se intensificou com a invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022. Desde a data, a União Europeia vem demonstrando apoio à soberania de Kiev, auxiliando nas manobras de defesa com o envio de pacotes militares. Contudo, havia dúvidas se a Ucrânia teria o apoio necessário para a sua adesão, principalmente pela relutância do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
Na manhã desta 5ª feira (14.dez), um pouco antes do início da reunião de dois dias entre os líderes da União Europeia, em Bruxelas, ele afirmou ser contra a entrada do país e a aprovação de um orçamente adicional de 50 bilhões de euros a Kiev. Segundo Orbán, a Ucrânia cumpriu apenas três das sete condições que a UE estabeleceu para iniciar as negociações de adesão.
Segundo jornais europeus, Órban não estava presente na sala do Conselho Europeu quando a ampliação foi votada, sendo considerado, portanto, "não votante", o que possibilita que a decisão continue legalmente válida.
Além da adesão da Ucrânia e Moldávia, o Conselho Europeu também decidiu que abrirá negociações com a Bósnia e Herzegovina assim que o país alcançar o grau necessário de cumprimento dos critérios de adesão. Um relatório deve ser apresentado até março de 2024.