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"Nada que seja contrário às leis da natureza tem base na ciência", disse Marina Silva

Ministra participou da COP 28 e cobrou recursos de países desenvolvidos na transição justa para uma economia de baixo carbono

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Marina Silva
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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o processo multilateral firmado contra o aquecimento global, entre os países participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), está fortalecido. A entrevista foi concedida à Agência de Notícias dos Emirados - WAM, em Dubai, durante o evento.

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"Depois de 30 anos, não há mais como adiar ações. Além das ambições, é preciso deixar bem claro quais são os nossos compromissos. O que vai fazer a diferença é o compromisso.", disse a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

De acordo com Marina, a responsabilidade e o peso das ações serão divididos em um "tripé": entre as Cop's 28, 29 e 30. Na visão da ministra, a 28 teve o papel de construir um balanço geral e reconhecer que as ações empreendidas até agora foram insuficientes, além de estabelecer o que pode ser feito para atingir a suficiência.

Já a COP 29 será a da "coerência". Ou seja, se o que foi proposto na COP 28 vai ser realizado e quais são meios para que isso se concretize. Além disso, o encontro, segundo a ministra, vai definir ações para toda a economia, incluindo investimentos sociais e culturais.

Ao ser questionada especificamente sobre a Cop 30, a ministra afirmou que o Brasil já está "em pleno processo" de alcançar o desmatamento zero em 2030. Ela afirmou que em 11 meses de governo Lula o número já foi reduzido em 50%.

Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a taxa de desmatamento reduziu 22,3% na Amazônia no ano de 2023. O valor é o menor para o período desde 2019.

A ministra também destacou que as decisões tomadas nesta edição da Conferência do Clima, em prol de uma economia de baixo carbono, não vão impedir o progresso e que os investimentos pensados "serão incomparavelmente mais duradouros, porque estão alinhados com a natureza".

"Nada que seja contrário às leis da natureza tem base na ciência", disse Marina

Ao detalhar as decisões tomadas no encontro, a Marina afirmou que as NDC's (Contribuição Nacionalmente Determinada, na tradução livre), trataram de todos os setores da economia e fontes de emissão, como Carvão, Petróleo e Gás. As NDC's são uma espécie de compromisso firmado pelos paises em prol da mitigação das mudanças climáticas.

Ao longo da entrevista, a ministra falou diversas vezes sobre a "Missão 1.5" e disse que essa é a última oportunidade de se alinhar com o tema. A proposta se trata de uma missão coletiva para manter o aquecimento global abaixo de 1,5° C. No entanto, cobrou recursos de países desenvolvidos na transição justa para uma economia de baixo carbono.

"Os países desenvolvidos precisam aportar os recursos. Eles precisam tomar a dianteira nas ações que nos levarão ao afastamento dos combustíveis fósseis. Eles precisarão ter uma compreensão de que os países em desenvolvimento também terão o direito de atender às necessidades legítimas de seus povos", disse a ministra do Meio Ambiente

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