"Acionaremos Conselho de Segurança da ONU", diz Guiana sobre Venezuela querer anexar Essequibo
País afirmou que adotará medidas de proteção na fronteira e que acionará nações aliadas, incluindo o Brasil
Camila Stucaluc
O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, afirmou, nesta 4ª feira (6.dez), que irá acionar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o plano da Venezuela de criar uma nova província em Essequibo. A declaração foi dada após o líder venezuelano, Nicolás Maduro, apresentar o novo mapa do país contendo a área.
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"Trata-se de uma ameaça direta à integridade territorial, soberania e independência política da Guiana, e uma violação dos princípios fundamentais do direito internacional consagrado na Carta da ONU. A Guiana levará amanhã este assunto ao Conselho de Segurança da ONU para que esse órgão tome as medidas adequadas", disse Irfaan Ali.
A província de Essequibo, uma área rica em minerais que compõe 74% do território guianês, é reivindicada pela Venezuela desde 1841. A decisão de criar um novo estado venezuelano foi tomada por Maduro na 2ª feira (4.dez), logo depois de 95% da população votar a favor de um referendo do governo para a anexação da região ao país.
No comunicado, o presidente da Guiana frisou que a decisão de Maduro vai contra a jurisdição da Corte Internacional de Justiça, que proibiu o país de tomar qualquer atitude que pudesse mudar o status quo na área. Irfaan Ali afirmou que o governo irá adotar medidas de proteção na fronteira e que irá debater o tema com nações aliadas, incluindo o Brasil.
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"Envolveremos muitos de nossos parceiros bilaterais, incluindo os Estados Unidos da América, o Brasil, o Reino Unido e a França. A Força de Defesa da Guiana está em alerta total e engajou seus homólogos militares, incluindo o Comando Sul dos Estados Unidos. Não permitiremos que o nosso território seja violado nem que o desenvolvimento do nosso país seja travado por esta ameaça desesperada", disse Irfaan Ali.