COP28: chefe da ONU alerta que promessas ficam "claramente aquém do necessário"
António Guterres criticou falta de ambição das indústrias para reduzir emissões de combustíveis fósseis
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou, no domingo (3.dez), que a indústria de combustíveis fósseis está "finalmente começando a acordar" para a crise climática com a 28ª Conferência sobre Mudança do Clima (COP28). O diplomata alertou, no entanto, que as promessas ainda estão aquém do necessário.
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A declaração foi feita em referência ao compromisso anunciado por várias grandes empresas de petróleo e gás. Segundo Guterres, apesar das companhias terem assumido o compromisso de reduzir o vazamento de metano até 2030, a promessa falhou em abordar a questão central, que é eliminar as emissões do consumo de combustíveis fósseis.
"A ciência é clara: para cumprir o limite de 1,5ºC do Acordo de Paris, as emissões de gases de efeito estufa devem cair 45% até 2030, em comparação com os níveis de 2010. Mas, de acordo com os planos nacionais que são atualmente conhecidos, eles devem aumentar em 9%. Ação tardia significa, simplesmente, eventos climáticos extremos mais mortais. Mais mortes. Mais destruição. E menos capacidade de recuperação", disse Guterres.
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O diplomata voltou a apelar pela criação de um imposto extraordinário sobre os lucros das indústrias responsáveis por altas emissões de combustíveis fósseis. A ideia é que o dinheiro arrecadado seja destinado às populações mais vulneráveis e que sofrem os piores impactos da crise climática, como tornados, inundações, secas e queimadas florestais.