Precisamos parar com os discursos e fazer alguma coisa, diz ministro da Costa Rica sobre mudanças climáticas
O ministro das Comunicações Jorge Rodríguez Vives deu entrevista ao SBT News no Global Media Congress 2023
Guilherme Resck
O ministro das Comunicações da Costa Rica, Jorge Rodríguez Vives, disse nesta 3ª feira (14.nov) que a expectativa do país para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), marcada para ocorrer em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a partir de 30 de novembro, é de "progresso, de ações, de parar com os discursos e começar a fazer alguma coisa".
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"Estamos muito satisfeitos que a Costa Rica tem uma história de liderança na conservação, no combate às mudanças climáticas. Então estamos tentando impulsionar uma discussão sobre ações. Porque temos uma carência, desde o Acordo de Paris, que temos que combater agora. E confrontar essas ações é a coisa correta e adequada a fazer neste momento", acrescentou, em entrevista ao SBT News, no Global Media Congress 2023, em Abu Dhabi.
No evento, Jorge Rodríguez Vives participou de um painel de discussão a respeito de ferramentas de comunicação do governo para sensibilizar a audiência sobre as mudanças climáticas. Na discussão, ressaltou que "a COP28 será uma oportunidade incrível para discutir" e, para demonstrar compromisso, os países devem parar de falar e precisam fazer alguma coisa. "E a COP28 aqui nos Emirados, daqui a duas semanas, será uma excelente opção nesse sentido".
A assessora de mídia do presidente da Sérvia, Suzana Vasiljevic, concordou que os países precisam substituir os discursos pela adoção de medidas significativas. Ela disse ainda que o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, participará da COP em Dubai.
Papel da mídia
Na entrevista ao SBT News, o ministro das Comunicações da Costa Rica afirmou que foi uma decisão importante do Global Media Congress de levar o tema das mudanças climáticas para as discussões no evento.
"A mídia tem uma enorme responsabilidade em fazer com que as pessoas entendam bem a situação das mudanças climáticas e também em incentivar ou potencializar a adoção de novos padrões de consumo".
Ainda de acordo com ele, "a mídia tem a responsabilidade de criar notícias para motivar as pessoas, não para conformar as pessoas". "Então é uma oportunidade incrível ter essa discussão aqui nos Emirados e é uma bênção para o resto da conferência", concluiu.
O Global Media Congress reúne instituições de diferentes partes do mundo, para abordar o futuro da indústria global de mídia. Sua segunda edição começou hoje e vai até 5ª feira (14.nov). Neste primeiro dia, o tema das mudanças climáticas permeou o cronograma de painéis e discursos. A presidente e CEO da UAE Independent Climate Change Accelerators, foi um dos convidados que discursou. Ela pontuou o obstáculo enfrentado pelo ato de reportar as mudanças climáticas "é a sua natureza existencial". "É geralmente indiscutível como um grande desafio dos nossos tempos, mas muitas vezes parece falhar no teste do 'por que agora?' nas redações. Estou aqui hoje para exortá-los a relatar a crise climática, a cobri-la com a paixão, o poder e a persuasão que ela merece".
Também conforme ela, "a mídia pode ser uma tremenda força para o bem ao abordar o clima como uma notícia importante". Posteriormente, a CEO falou sobre maneiras pelas quais jornalistas e criadores de conteúdo podem ajudar a unir as pessoas e promover a ação climática. "Em primeiro lugar, os meios de comunicação defendem a verdade. Desmistificar a conversa sobre o clima e reportar os fatos é fundamental para garantir que o discurso público se baseia numa compreensão real".