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Perfil: Alessandro Candeas, o negociador brasileiro na Palestina

Diplomata de 57 anos passou os últimos 32 dias em contato com representantes de Israel, do Egito e também do Hamas

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Alessandro Candeas, o negociador brasileiro na Palestina | Reprodução
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Alessandro Candeas tem a voz típica de negociadores, nada a altera, é quase monocórdia, mesmo que entre uma e outra palavra pronunciada possa se identificar um leve sotaque pernambucano. O diplomata de 57 anos foi o principal responsável pelas tratativas da saída do grupo de brasileiros de Gaza. A partir do escritório da embaixada brasileira, em Jerusalém, conversou com representantes de Israel, do Egito e do Hamas. O drama, com todos os desencontros de uma fuga no meio de bombas, terminou na manhã deste domingo (12.nov), quando 32 pessoas da lista original do Itamaraty chegaram ao território egípcio.

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Ao ser parabenizado pelo trabalho feito até aqui, Candeas enviava uma figurinha em forma de bênção, uma outra característica de um homem de fé, que, no perfil do WhatsApp, deixa em letras maiúsculas a frase "Deus é Fiel". E na sequência atribui ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o sucesso da negociação.

Nascido no Recife em 1966, Candeas é diplomata de carreira e doutor em Socioeconomia do desenvolvimento pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, curso que concluiu ainda em 2002. Hoje é o chefe do Departamento de Defesa do Ministério das Relações Exteriores e foi designado embaixador do Brasil junto à Autoridade Palestina. Desde o último dia 10 de outubro, dorme pouco. Quase nada.

Antes de se envolver diretamente nas negociações para a retirada de brasileiros de Gaza, Candeas esteve à frente de uma outra tarefa complexa. A regulação de armas autônomas, que tem como fórum principal o escritório da ONU, em Genebra. A missão ali foi criar uma protocolo de direito internacional para os "robôs assassinos". A dificuldade é que as grandes potências, como Estados Unidos, Rússia e China, deixam provas inequívocas do conforto com a falta de regulação. Sem maiores avanços das negociações em Genebra, o Brasil agora tenta levar a negociação para a sede das Nações Unidas, em Nova York.

No último dia 11 de outubro, Candeas falou com o SBT News sobre o início dos trabalhos de repatriação de brasileiros, quando a mobilização era tentar levar o grupo até a fronteira de Gaza com o Egito em meio à guerra. Desde o dia 7.out, quando começou a guerra entre Israel e a organização radical Hamas, o setor consular da embaixada telefonou para cada uma das famílias presentes na área para saber se estavam bem de saúde, se as casas haviam sido afetadas e se havia algum problema de segurança. Do grupo de 34 pessoas inicialmente inscritas, duas desistiram de cruzar a fronteira. Os demais chegaram bem. E nesta 2ª feira (13.nov) embarcam para o Brasil.

Confira a entrevista com Candeas feita ainda no início das negociações:

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