Justiça proíbe que Rubiales se aproxime de jogadora beijada à força
Ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol prestou depoimento no principal tribunal criminal do país
SBT News
A Justiça proibiu que o ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, fique a menos de 200 metros de distância da jogadora Jenni Hermoso, que foi beijada à força durante a comemoração do título da Copa do Mundo Feminina. A decisão saiu logo após o ex-dirigente prestar o primeiro depoimento, nesta 6ª feira (15.set).
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Réu por agressão sexual e coação, Rubiales ficou frente a frente com o juiz por quase uma hora na Audiência Nacional, em Madri. Ele voltou a negar que o beijo tenha sido forçado ou que tentou coagi-la a sair em defesa dele. O ex-dirigente deixou o principal tribunal criminal do país sem falar com os jornalistas. Já a advogada de Jennifer, Carla Vall, disse que está satisfeita com os rumos do caso e disse que vai provar na Justiça o que todo o país viu pelas imagens: que o beijo não foi consensual.
Mesmo com Rubiales fora da presidência da Federação Espanhola de Futebol, as jogadoras da seleção anunciaram mais um boicote. 21 das 23 atletas que conquistaram o título mundial anunciaram que só vão aceitar novas convocações se a entidade passar por mudanças estruturais -- com a demissão de pessoas em cargos de liderança que teriam sido coniventes com atitudes que ferem a dignidade das mulheres. Ao todo, 39 jogadoras assinam o comunicado.
Os novos desdobramentos acontecem na mesma semana em que o futebol espanhol se vê envolvido em outro escândalo sexual. Quatro atletas das categorias de base do Real Madrid foram detidos depois de divulgarem um video íntimo envolvendo uma adolescente de 16 anos. Os jogadores foram ouvidos numa delegacia da região das Ilhas Canárias e liberados logo em seguida. A denúncia foi feita pela mãe da adolescente. Se condenados, os envolvidos podem receber de um a quatro anos de reclusão.
A Espanha tem uma das legislações contra crimes sexuais mais duras do mundo. A lei foi modificada em 2018, quando um caso de estupro coletivo gerou uma onda de protestos no país. Daniel Alves, ex-lateral-direito da seleção brasileira, foi detido sob essa nova legislação, em janeiro deste ano, acusado de estuprar uma jovem em uma boate, em Barcelona. Ele deve ir a julgamento em dezembro.