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Suprema Corte americana e educação: um novo caminho para Biden

As decisões dos magistrados decepcionam parte da população mas aproximam americanos do presidente

Imagem da noticia Suprema Corte americana e educação: um novo caminho para Biden
Suprema Corte americana/Patricia Vasconcellos SBT
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Washington DC - Em menos de um ano e meio os eleitores americanos voltarão às urnas para a escolha do presidente do país. Se entre os Republicanos há disputa pela vaga de candidato almejada por Donald Trump, Joe Biden se vê consolidado como opção principal do partido Democrata. Daqui até novembro de 2024, o presidente de uma das maiores potências do mundo tem a missão de governar e convencer a maioria de que merece continuar no posto.

Biden tem focado no restabelecimento da economia depois da Covid19, geração de empregos e financiamento de projetos de energia limpa. Prometeu também perdoar a dívida de milhares de americanos que pediram empréstimos para pagar a universidade. Neste ano, Biden assinou um decreto batizado de "Heróis" para garantir que recém-formados não tenham que pagar as dívidas adquiridas com valor máximo de até U$ 20mil para bancar o ensino superior. Por seis votos a três, a Suprema Corte -- de maioria conservadora -- decidiu que a decisão de Biden é ilegal porque não foi explicitamente aprovada pelo Congresso americano. Na última 6ª feira (30.jun), o presidente disse estar decepcionado e garantiu que novas medidas serão tomadas sem especificar naquele momento, quais. 

Seria mais um golpe contra a popularidade de Joe Biden? Não necessariamente. Ao se manifestar totalmente contrário à decisão da Suprema Corte e ao garantir que fará o possível para o perdão da dívida dessa parcela da população, Biden equipara seu descontentamento ao de milhares de pessoas. O mesmo acontece quando o presidente americano critica abertamente outra decisão dos juízes que proibiram, também nesta semana, o uso do critério raça para ingresso de novos estudantes em duas universidades. A regra passa a valer para Harvard e para a Universidade da Carolina do Norte mas abre precedente e por isso também servirá para outras instituições de ensino.

"A discriminação racial ainda existe no nosso país", disse Biden, em um discurso potente na última5ª feira (29.jun). A Suprema Corte dos EUA afirma que todos são iguais perante a lei e aplaude a mesma constituição que permitiu, por décadas, o apartheid. O descontentamento da população americana que não concorda com as decisões desta semana pode aproximar parte do eleitorado de Biden já que entre os Republicanos, incluindo Donald Trump, as decisões dos juristas foram aplaudidas. 

Quadro com imagem de Barack Obama na Casa Branca | Patricia Vasconcellos / SBT

Barack Obama disse estar "de coração partido" com a decisão dos juízes de proibir o critério raça para admissão de novos alunos em universidades.  Chamada de "ação afirmativa", a regra que facilitava o ingresso de alunos negros, hispânicos e indígenas nas universidades era uma ferramenta para corrigir a proibição de cotas -- algo vetado nos EUA. O ex-presidente democrata disse que aquela "nunca foi uma resposta completa para uma sociedade mais justa para gerações de estudantes que foram sistematicamente excluídos da maioria das instituições-chave do país, dava a chance de mostrar que eles mais que mereceram um lugar na mesa". Barack Obama se formou em direito pela Universidade de Harvard em 1991. 

Helicóptero Marine One | Patricia Vasconcellos/ SBT

A bordo do Marine One

As idas e vindas do presidente americano da Casa Branca muitas vezes são feitas a bordo do 'Marine One'. Verde e imponente, o helicóptero presidencial é uma opção ao transporte terrestre, muitas vezes logisticamente mais complexo pela necessidade de bloqueio de ruas e avenidas. Dos jardins da Casa Branca, o Marine One vai para a Base Militar de Andrews, nos arredores da capital americana. La, o presidente embarca no avião presidencial, o Air Force One. Camp David é a casa de campo onde os presidentes americanos passam os fins de semana. Biden e a família preferem, muitas vezes, viajar para Delaware onde a família residia antes do Democrata tomar posse. 

Joe Biden e Narendra Modi | Patricia Vasconcellos/ SBT

Biden e Modi

No último dia 22, a Casa Branca recebeu o Primeiro-ministro indiano Narendra Modi. Foram três dias em Washington, um jantar reservado com Biden e a primeira dama, um jantar como parte da visita de Estado e uma coletiva de imprensa que não é comum para o indiano. Em 2015, Modi esteve ao lado de Barack Obama e de frente para os jornalistas. Em 2019, no dia em que foi reeleito, fez uma declaração inicial em Nova Deli mas não respondeu a qualquer pergunta. Entre os profissionais da imprensa credenciados para cobrir a coletiva de Modi e Biden -- entre eles o SBT -- a dúvida era como o Primeiro-ministro da Índia iria se comportar diante da mídia internacional. O evento foi atrasado em quase uma hora. Ao fim dos discursos iniciais, cada presidente respondeu duas perguntas. Uma de um veículo americano e outra de um meio do país convidado. Questionado pela repórter do Wall Street Journal sobre o não respeito aos direitos humanos na Índia, Modi disse que ficou surpreso com a pergunta. "Há muitos grupos de direitos humanos que dizem que seu governo discriminou minorias religiosas e procurou silenciar seus críticos", disse a repórter, questionando em seguida sobre quais medidas o Primeiro-ministro e seu governo estariam dispostos a melhorar neste quesito.

A pergunta gerou uma série de comentários virtuais mirando a jornalista. A Casa Branca e a Associação dos Correspondentes da Casa Branca se manifestaram contra o assédio virtual sofrido pela repórter do Wall Street Journal. "É completamente inaceitável e antitético aos próprios princípios da democracia", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, sobre os comentários online dirigidos à profissional do jornal americano. 

Imprensa durante coletiva de Biden e Narendra Modi | Patricia Vasconcellos/ SBT
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