Polícia de Portugal prende quadrilha que aplicava golpes em brasileiros
Segundo a investigação, o esquema era inspirado no filme "O Lobo de Wall Street"
Uma operação conjunta entre a polícia do Distrito Federal e a Interpol prendeu integrantes de uma quadrilha em Portugal que aplicava golpes em brasileiros.
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A polícia do Distrito Federal começou a investigação há cerca de um ano, após receber uma denúncia. A quadrilha, chefiada por tchecos, mantinha um escritório de fachada em um bairro nobre de Lisboa, mas também tinha atuação em outras cidades da Europa e do Oriente Médio, como Praga, Londres, Madrid, Tel Aviv e Dubai.
O bando contratava imigrantes brasileiros, que ofereciam investimentos na bolsa de valores. Por meio de um call center, eles entravam em contato com as vítimas, no Brasil, mas o dinheiro era convertido em criptomoedas e desviado para contas dos criminosos.
O esquema era inspirado no filme "O Lobo de Wall Street", que conta a história verídica de um agente da bolsa de Nova York, preso por aplicar golpes financeiros em milhares de americanos.
No Brasil, a polícia identificou 945 vítimas, algumas chegaram a perder até R$ 1,5 milhão. Na primeira fase da operação, em março deste ano, três brasileiros foram presos: Alan Cordeiro, de 42 anos; Victoria Miranda, de 24, e Eduardo Rodrigues, de 29.
"Depois que a gente deflagrou a operação e a mídia deu publicidade ao golpe, a delegacia ficou recebendo e-mails, ligações a semana seguinte inteira. E com essas novas informações, então, a gente conseguiu qualificar outros integrantes da hierarquia superior", diz o delegado Erick Sallum
Os dois homens presos, nesta 6ª feira, em Lisboa, não tiveram os nomes divulgados. De acordo com os investigadores, um deles se apresentava às vítimas como analista de investimento. Ele usava um nome falso e lavava o dinheiro do golpe por meio de um grupo de samba que se apresentava em restaurantes de Portugal O outro suspeito atuava como gerente do esquema.
Com a ajuda da Interpol, houve bloqueio de contas bancárias e de criptoativos dos membros da quadrilha. Por determinação da Justiça, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) bloqueou o acesso aos sites da falsa agência de investimentos em todo o território brasileiro.
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