Vítimas de seita no Quênia morreram de fome e asfixia, diz autópsia
Adeptos da Good News International Church foram incentivados a ficar em jejum para "conhecer Jesus"
Camila Stucaluc
O patologista-chefe do governo do Quênia, Johansen Oduor, informou, na 2ª feira (1º.mai), que as primeiras 10 autópsias das 109 vítimas encontradas em uma floresta no sudeste do país foram concluídas. Segundo ele, grande parte dos óbitos foi causado por fome, enquanto duas crianças podem ter sido asfixiadas.
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"A maioria tinha características de fome. Vimos características de pessoas que não haviam se alimentado, não tinham comida no estômago, a camada de gordura era muito fina. Pelo que entendemos, há indícios de que [as crianças] foram sufocadas. Essa pode ser uma das causas da asfixia. Foi [o caso] de duas crianças", disse Oduor.
As autópsias fazem parte da investigação instalada pelo governo contra a Good News International Church, liderada por Makenzie Nthenge. A suspeita é que o pastor, preso na última semana, tenha feito "uma lavagem cerebral" nos adeptos da Igreja, incentivando a morte por jejum no objetivo de "ir para o céu e conhecer Jesus".
Os corpos foram encontrados na fazenda Shakahola, com mais de 800 hectares, onde o grupo costumava se reunir. Pelas redes sociais, o ministro do Interior, Kithure Kindiki, informou que aumentou os esforços de busca e resgate, uma vez que mais de 200 pessoas que seguiam a Igreja ainda estão desaparecidas.
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"Agentes de segurança adicionais foram trazidos a bordo para impulsionar a operação em andamento para salvar vidas de pessoas que podem estar escondidas", disse Kindiki, referindo-se aos adeptos da Igreja que recusam a ser resgatados. "A vigilância aérea foi incorporada para aumentar a capacidade da equipe multiagência na missão de busca e salvamento", completou.