Argentina negocia volta de trabalhadores resgatados de trabalho escravo no RS
Quatro argentinos estavam em situação análoga à escravidão em Nova Petrópolis
Luciane Kohlmann
O governo argentino negocia com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) o retorno ao país de quatro pessoas resgatadas de condições de trabalho escravo no Rio Grande do Sul. O acampamento dos trabalhadores fica em uma área particular em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha.
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Os trabalhadores viviam em uma barraca improvisada. Sem água potável, energia elétrica, nem banheiro. Uma espuma sobre madeira servia de cama. Também não havia fogão.
No último sábado, quatro argentinos foram resgatados do acampamento. Entre eles, um adolescente de 14 anos. Os estrangeiros cortavam eucaliptos para produzir lenha. O homem que contratou as vítimas foi preso em flagrante e liberado no dia seguinte, depois de pagar R$ 5 mil de fiança.
Dois argentinos trabalhavam na cidade, desde agosto do ano passado. Os outros dois, chegaram há um mês. Eles contaram que nunca receberam salário. Segundo eles, a promessa era receber ao final do serviço. A denúncia só foi feita depois que dois deles foram levados a um estabelecimento, a cerca de 50 quilômetros da propriedade rural.
"Possivelmente pra descartá-los, possivelmente não teria mais trabalho pra todos. É uma área de difícil acesso, usado pra extrair madeira. Local escondido possivelmente, não passe ninguém lá. Então somente com denúncia", diz o tenente-coronel Cesar Augusto Chaves, comandante do Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas.
Só este ano, mil trabalhadores foram resgatados em situação de trabalho escravo no país. A maioria em Goiás. Em segundo lugar, vem o Rio Grande do Sul.
Trabalhadores resgatados pela inspeção do MTE em 2023:
- BA: 13
- CE: 18
- GO: 365
- MA: 18
- MG: 93
- MS: 16
- MT: 4
- PE: 3
- PR: 15
- RJ: 20
- RR: 35
- RS: 303
- SC: 26
- SP: 86
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