Boris Johnson admite ter enganado Parlamento sobre envolvimento no "partygate"
Ex-premiê prestará depoimento na Comissão Parlamentar que investiga o caso nesta 4ª feira
Camila Stucaluc
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, admitiu, na 3ª feira (21.mar), ter mentido na Câmara dos Comuns sobre o envolvimento no escândalo do "partygate". Apesar da confissão, o político disse não ter agido intencionalmente e que as declarações foram de "boa-fé", uma vez que baseavam-se no entendimento dele na época.
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O "partygate" se refere ao escândalo da realização de festas e reuniões na sede do governo britânico durante vários estágios do período de lockdown contra a pandemia de covid-19. Segundo denúncias, há a suspeita de que 12 festas tenham sido organizadas em Downing Street, burlando as restrições sanitárias do governo.
Após o episódio, a polícia abriu uma investigação para apurar a participação do premiê nas atividades relatadas. Pouco tempo depois, Johnson precisou passar por uma votação no Parlamento para continuar no cargo, ganhando por 211 votos contra 148. A soma de outros escândalos, no entanto, resultou na renúncia do ex-premiê.
Agora, Johnson está sendo investigado se enganou intencionalmente os deputados ao dizer, em dezembro de 2021, que as regras sanitárias foram "respeitadas em todos os momentos" durante as festas. Nesta 4ª feira (22.mar), o ex-premiê depõe na Comissão Parlamentar que investiga o caso, o que deve definir o destino do político.
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Isso porque, caso o comitê decida que Johnson enganou os deputados intencionalmente, o ex-primeiro-ministro, ainda ativo na vida política, pode ser suspenso do Parlamento britânico. O cenário é arriscado, já que o grupo de investigação acredita que Johnson, assim como os participantes das festas, sabiam que estavam infrigindo as regras.