Após reforma da previdência, Macron enfrenta voto de desconfiança no Congresso
Moções foram apresentadas por parlamentares da oposição e podem derrubar governo
O governo de Emmanuel Macron enfrenta, nesta 2ª feira (20.mar), duas moções de desconfiança no Congresso francês. A ação acontece após o presidente aprovar, sem o aval do Parlamento, o projeto de reforma da previdência, que, entre outras medidas, aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos.
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Uma das moções foi anunciada por Marine Le Pen, líder da extrema-direita e concorrente de Macron nas últimas eleições. Pelas redes sociais, a política criticou a ação do presidente e afirmou que a utilização do artigo 49.3, que permite a aprovação de projetos sem a votação dos parlamentares, é uma forma de censura.
Apesar da confiança da oposição, é improvável que as moções sejam aprovadas, uma vez que seria necessária uma grande aliança entre os legisladores, desde a esquerda radical à extrema-direita. No entanto, mesmo que não consiga os 287 votos, parlamentares e sindicatos já afirmaram que irão continuar pressionando o governo.
A aprovação da reforma da previdência provocou um grande alvoroço na comunidade francesa, que voltou às ruas para protestar. Os atos se intensificaram, sobretudo no centro de Paris. Muitos sindicatos também anunciaram a prorrogação das greves, enquanto outros, como o setor educacional, planejam novas paralisações nesta semana.
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O índice de aprovação de Macron, por sua vez, caiu ao menor nível desde o final de 2018, segundo pesquisa do Journal du Dimanche. O levantamento mostrou que a taxa ficou em 28%, queda de nove pontos percentuais desde dezembro de 2022. A insatisfação é maior entre a classe trabalhadora (82%) e jovens de 18 a 24 anos (76%).