Convenção Conservadora foi o retrato de um partido dividido
As ausências de Mike Pence e Ron de Santis na Cpac demonstraram a quebra no partido Republicano
Washington DC - No último dia da convenção, havia fila para checagem dos equipamentos da imprensa. Mais adiante, ao entrar no evento, corredores e salão principal tinham espaço de sobra. Com ingressos vendidos por U$295 dólares - os mais em conta - no meio da tarde, metade do auditório tinha assentos vagos.
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Nos stands, o mais concorrido ao menos no último sábado, 4 de março, foi o que recebeu Steve Bannon, ex-estrategista de campanha e ex-conselheiro de Donald Trump. Bannon tirava selfies com quem as pedia entre as participações, ao vivo, para
um website. Bannon responde em liberdade no processo em que foi condenado a quatro meses de prisão por não ter comparecido a depor perante o Comitê do Congresso que investigou a invasão do Capitólio. Ao sair do stand, a coluna SBT News se deparou com Mike Lindell, empresário americano, CEO da empresa 'My Pillow' e uma das vozes mais radicais entre os aliados do Republicano. Lindell, em 2020, questionou a veracidade do sistema eleitoral americano e hoje é processado pela Starmatic, empresa que forneceu tecnologia para o último pleito.
Entre os que pagaram os ingressos para acompanhar os discursos distribuídos em quatro dias, figurinos com a estampa da bandeira dos Estados Unidos, a siga MAGA - Faça a América Grande de Novo - fotos e pinturas com o rosto de Donald Trump e organizacoes nao governamentais como a intitulada "Mães pela Liberdade".
A convenção conservadora, que acontece desde a década de setenta, reúne hoje a ala mais radical do partido republicano e mostrou, em 2023, que a oposição dos Democratas está dividida. Dois nomes considerados fortes para as primárias das eleições presidenciais nos Estados Unidos não estavam presentes. Um deles, Mike Pence. O ex-vice-presidente rompeu com Donald Trump e já afirmou que o partido Republicano merece um nome melhor. Pence estava no Capitólio no dia 6 de janeiro de 2020 à frente da sessão que validava os votos do Colégio eleitoral que deu vitória a Joe Biden quando o edifício foi invadido. Naquele dia, ouviu publicamente de Trump que ele "não teve coragem de fazer o que deveria ser feito". Outra ausência na Cpac deste ano foi Ron de Santis, governador da Flórida. Santos é visto como um dos favoritos para as primárias republicanas ano que vem.
Os diamantes
Jair Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o fim de Dezembro e discursou no sábado, 4, na Convenção Conservadora Americana. Questionado pelo SBT News sobre quanto tempo mais pretende permanecer no país, o ex-presidente brasileiro disse que voltará "brevemente" mas não deu data específica. Logo após o discurso na Cpac, Bolsonaro saiu em um corredor e foi cercado por apoiadores - americanos e alguns brasileiros. Naquele momento, o SBT questionou sobre os diamantes apreendidos pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos. O ex-presidente disse que "está sendo crucificado por um presente que não recebeu". Questionado sobre o avião da FAB que teria sido usado para levar um militar para que as joias fossem retiradas, Bolsonaro disse que "não houve avião da FAB".
Casa Branca busca detalhes sobre americanos mortos no México
Os desaparecimentos forçados no México por motivo de sequestro são um desafio de diferentes líderes que já passaram pelo Palácio Nacional. A Casa Branca afirma que a administração Biden está em contato com autoridades do governo de Andrés Manuel López Obrador para o retorno dos americanos sequestrados em Matamoros, no estado de Tamaulipas. A porta-voz Karine Jean-Pierre não confirmou detalhes sobre o caso na coletiva desta segunda-feira, 7, por respeito à privacidade das famílias. Segundo o governo mexicano, dos quatro americanos sequestrados, dois foram encontrados mortos e um ferido. "Continuaremos a trabalhar conjuntamente com o governo mexicano para garantir que a justiça será feita neste caso" disse a porta-voz da Casa Branca.
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