Peru: após mortes em protesto, MP abre inquérito de genocídio contra Boluarte
Confrontos entre manifestantes e policiais já resultaram no óbito de 40 pessoas
O Ministério Público do Peru instaurou um inquérito de genocídio contra a presidente Dina Boularte e funcionários do gabinete. A ação, protocolada na 3ª feira (10.jan), acontece devido à repressão do governo nos protestos pelo país, desencadeados desde dezembro, que já resultaram na morte de 40 pessoas, além de centenas de feridos.
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Segundo o inquérito, além de Boularte, são investigados pelos crimes de genocídio e homicídio qualificado o ministro da Defesa, Jorge Chávez, e o ministro do Interior, Victor Rojas. O processo engloba os óbitos registrados em manifestações nas regiões de Apurímac, La Libertad, Puno, Junín, Arequipa e Ayacucho.
Os protestos pedindo a renúncia de Boularte, a dissolução do Congresso e a soltura do ex-presidente Pedro Castillo voltaram a ganhar adesão depois da trégua de fim de ano. Grupos de direitos humanos acusam as autoridades de usarem armas e bombas contra os grupos, enquanto o exército afirma que os manifestantes usam explosivos caseiros.
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Na tentativa de conter o cenário, o governo do Peru anunciou a imposição do toque de recolher em Puno - novo epicentro dos protestos -, das 20h (22h no horário de Brasília) até às 4h. A medida, que entrou em vigor na noite de ontem, é válida por três dias, mas pode ser prorrogada.