Mulheres do Irã são eleitas "Heróis do Ano" pela revista Time

A revista norte-americana Time elegeu as mulheres do Irã como "Heróis do Ano". Publicada nesta 4 ª feira (7.dez), a edição traz uma ode a força das iranianas, que, desde setembro, ocupam as ruas de Teerã, desafiando o governo com o grito "Mulher. Vida. Liberdade"

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Desencadeados pela morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial, após ser detida pela polícia da moralidade por mau uso do véu, obrigatório no país, os protestos questionam a autoridade de mais de 43 anos da República Islâmica e pedem por reformas brandas. Em retaliação, mais de 400 pessoas já foram mortas pelas autoridades do país. Organizações não governamentais estimam que o número seja bem maior. 

"Depois de quase três meses, os protestos nos campi universitários não param, com estudantes exigindo a libertação de amigos detidos e desafiando as regras de segregação de gênero em praças e salas de aula. Na Copa do Mundo, a seleção do Irã ficou em silêncio durante o hino nacional, sinalizando sua solidariedade aos manifestantes. Confrontar o hijab compulsório é uma maneira tão hábil de rejeitar as falhas generalizadas do sistema iraniano que muitas vezes me pergunto por que minha geração não seguiu o mesmo caminho.", elogiou a jornalista, escritora e acadêmica Azadeh Moaveni, convidada pela Time para falar sobre a situação no país. 

Moaveni finaliza o texto questionando o quanto os iranianos estão dispostos a sofrer para ver suas demandas por mudanças fundamentais realizadas. Ao que parece, nem mesmo a possibilidade de morrer vai parar o movimento que já reverbera mundialmente e gera solidariedade internacional.