Cientistas fazem 9 pacientes com paralisia voltarem a caminhar
Estudo levou vários anos e foi publicado na revista científica Nature nesta 4ª feira (9.nov)
Guilherme Resck
Um estudo coordenado pelos diretores do centro de pesquisa, inovação e tratamento NeuroRestore fez com que nove pessoas que ficaram paralisadas devido a uma lesão na medula espinhal recuperassem algumas funções motoras. Os cientistas submeteram os pacientes a estimulação elétrica da área que controla o movimento das pernas, por meio de implantes epidurais criados em laboratório, e, assim, eles voltaram a conseguir caminhar.
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O trabalho, que levou vários anos, foi publicado nesta 4ª feira (9.nov) na revista científica Nature. Segundo os pesquisadores, mesmo após o término da neurorreabilitação e quando pararam de fazer a estimulação elétrica, as funções motoras recuperadas permaneceram, o que sugeriu que as fibras nervosas usadas para caminhar tinham se reorganizado nos paciente.
Posteriormente, os cientistas chegaram à conclusão de que os neurônios Vsx2 haviam se reorganizado para trazer de volta a capacidade das pessoas de caminharem. Para fazer a descoberta, analisaram primeiramente esses neurônios em camundongos. No animal, essas células do sistema nervoso foram essenciais para a capacidade de andar ser recuperada após lesão na medula espinhal.
O estudo revela, então, que a estimulação da medula espinhal ativa os neurônios Vsx2 e que estes ficam cada vez mais importantes para a capacidade de caminhar retornar, à medida que vão se reorganizando. Segundo Jordan Squair, que trabalha com terapias regenerativas na NeuroRestore, o estudo "abre caminho para tratamentos mais direcionados para pacientes paralisados". "Agora podemos tentar manipular esses neurônios para regenerar a medula espinhal", complementou.
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