COP27: Brasil tem tecnologia, só falta verba para reduzir gás metano
País apresentou técnicas na COP27 e busca investimentos internacionais
O Brasil busca investimentos internacionais para colocar em prática as tecnologias que mitigam o metano, o gás emitido, principalmente, pelo gado durante a digestão. O país tem o maior rebanho do mundo, com quase 225 milhões de cabeças. Por isso, o envolvimento nas pesquisas científicas que encontraram como diminuir as emissões. Uma delas é o uso de uma substância encontrada nas árvores, o tanino, que quando misturada à ração consegue reduzir em até 88% o metano. A ideia é italiana, mas, desenvolvida no Instituo de Zootecnia de São Paulo. Outra tecnologia é a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), a qual o uso cresceu de 2 milhões de hectares para 12 milhões de hectares em um ano, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Os projetos foram apresentados pelos brasileiros do Sistema de Estimativas de Gases de Efeito Estufa (Seeg) na 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), que acontece no Egito, em Sharm El-Sheikh, até 18 de novembro.
Lá, pretende-se conseguir financiamentos para difundir as tecnologias. Desse modo, o Brasil conseguiria reduzir em 50% ou mais as emissões do metano até 2030, como foi prometido na COP26, que aconteceu na Escócia, em Glasgow, no ano passado.
Apesar de que, atualmente, o Brasil está se distanciando da meta. "Neste momento, o Brasil está se distanciando da meta. O Brasil precisa fazer esforço importante agora para chegar em 2030 cumprindo a meta. Ainda é possível chegar, e a chave para atingir a meta depende das nossas ações para reduzir o desmatamento e aplicar técnicas de agricultura de baixo carbono", afirmou Tasso Azevedo, coordenador do SEEG.
Como se vê, além do trabalho com o gado, a agropecuária precisa usar mais técnicas sustentáveis e se desvincular das práticas de desmatamento para bater a meta.
A agropecuária é responsável por 3/4 das emissões do país. Entre os estados, o Pará é o maior. Depois, Mato Grosso e Minas Gerais. Todos devido às mudanças do uso da terra.
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