1/3 das geleiras do Patrimônio Mundial desaparecerão até 2050, diz Unesco
Cenário está relacionado ao aquecimento global e pode resultar no aumento de desastres naturais
Camila Stucaluc
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) alertou que, até 2050, um terço das geleiras do Patrimônio Mundial desaparecerão. O cenário acontece em meio à alta de emissões de gás carbônico (CO2) na atmosfera, acelerando o aquecimento global e, consequentemente, o derretimento dos blocos de gelo.
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Atualmente, as geleiras estão perdendo 58 bilhões de toneladas de gelo a cada ano - o equivalente ao uso anual combinado de água da França e da Espanha - e são responsáveis por quase 5% do aumento global do nível do mar. Segundo a entidade, o desaparecimento dos blocos acontecerá independentemente dos esforços para limitar a temperatura.
"Quando as geleiras derretem rapidamente, milhões de pessoas enfrentam a escassez de água e o aumento do risco de desastres naturais, como inundações, fazendo com que milhões sejam deslocados pelo aumento resultante do nível do mar", explica o diretor-geral da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), Bruno Oberle.
A Unesco aponta que, na África, todas as galerias nos patrimônios mundiais provavelmente desaparecerão até 2050, incluindo o Parque Nacional Kilimanjaro e o Monte Quênia. Na Ásia, estão listadas as geleiras no Oeste de Tien-Shan, que já encolheram 27% desde 2000. Em relação a Europa e América Latina, aparecem blocos de gelo da França, Espanha, Itália, Argentina e Peru.
Na América do Norte, estima-se que as geleiras localizadas no Parque Nacional Yellowstone, no Parque Internacional da Paz Waterton-Glacier e no Parque Nacional de Yosemite desapareçam. Já na Oceânia, a entidade aponta para os blocos de gelo em Te Wahipounamu, sudoeste da Nova Zelândia.
Apesar do cenário ser inevitável, ainda é possível salvar as geleiras nos dois terços restantes do Patrimônio Mundial caso o aumento da temperatura global não exceda 1,5°C em comparação com o período pré-industrial.
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"Apenas uma rápida redução em nossas emissões de CO2 podem salvar as geleiras e a biodiversidade excepcional que depende delas. A COP27 terá um papel crucial para ajudar a encontrar soluções para esta questão. Estamos determinados a apoiar os Estados na busca desse objetivo", disse a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.