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Ataque aéreo contra minoria étnica kachin mata dezenas em Mianmar

Bombardeio foi comandado por junta militar que governa o país desde fevereiro de 2021

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Cidade de Rangum, em Mianmar, onde os militares tomaram o poder
• Atualizado em
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Pelo menos 80 pessoas morreram em um ataque aéreo da junta militar que comanda Mianmar, em Kachin, no norte do país, no último domingo (23.out). As vítimas celebravam o 62º aniversário da fundação da Organização pela Independência Kachin (KIO), uma minoria étnica que resiste a atual ditadura no país. 

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Mianmar tem sido assolado por décadas por rebeliões de minorias étnicas em busca de autonomia, mas a resistência antigoverno aumentou notoriamente em todo o país com a formação de um movimento armado pró-democracia que se opôs à tomada militar em fevereiro de 2021. 

Os Kachin são um dos grupos rebeldes étnicos mais fortes e conseguem fabricar alguns de seus próprios armamentos. Eles também têm uma aliança frouxa com as milícias armadas das forças pró-democracia formadas no centro de Mianmar para combater o domínio do Exército.

Segundo informações, a celebração era realizada em uma base usada pelo Exército da Independência Kachin, braço armado do KIO, e duraria três dias. Havia entre 300 e 500 pessoas no local e ao menos 100 ficaram feridas no ataque, segundo o porta-voz do grupo à Associated Press. Ele também contou que quatro bombas foram lançadas pelas aeronaves do governo.

O escritório das Nações Unidas em Mianmar disse em comunicado que está "profundamente preocupado e entristecido" pelos relatos e "o que parece ser o uso excessivo e desproporcional da força pelas forças de segurança contra civis desarmados", afirmou o escritório. 

O ataque acontece três dias antes dos ministros das Relações Exteriores do Sudeste Asiático realizarem uma reunião especial na Indonésia para discutir o aumento da violência em Mianmar.

* Com informações da Associated Press

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