Vazamento em gasoduto russo provoca emissão recorde de metano no mar
Cenário acontece em meio à guerra na Ucrânia e pode influenciar no avanço do aquecimento global
Camila Stucaluc
O Observatório do Clima fez um alerta para o alto nível de metano no Mar Báltico devido ao vazamento do gasoduto russo Nord Stream, na última semana. Segundo a entidade, o gás emitido em quatro dias já equivale ao despejo de um ano de países como a Dinamarca, aumentando significativamente as emissões que contribuem para o aquecimento global.
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Isso porque o metano é o segundo gás de efeito estufa mais importante: cada molécula de CH4 esquenta o planeta cerca de 28 vezes mais do que uma molécula de dióxido de carbono. Mesmo que o ciclo do metano seja mais "rápido" em relação ao CO2 (12 anos, ante 120 anos), a alta capacidade de absorção de calor aumenta a temperatura global.
As tubulações russas estão no centro de um confronto energético entre a União Europeia e Moscou desde a invasão da Ucrânia. Segundo autoridades dinamarquesas, os danos causados pelo incidente, ou sabotagem, podem significar que a Europa não consiga contar com o fornecimento de gás russo durante os meses de inverno.
A Gazprom, estatal russa detentora do oleoduto, já havia paralisado o abastecimento ao bloco europeu, que tem lutado para encontrar outras maneiras de suprir o gás, utilizado principalmente para aquecer casas, gerar eletricidade e operar fábricas.
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Especialistas em política climática expressaram preocupações quanto à vulnerabilidade de gasodutos e os riscos envolvidos no atual cenário internacional. Um cientista classificou o caso no Mar Báltico de "supercrime ambiental", o que mostra a alta vulnerabilidade dos gasodutos a ataques e ao enorme impacto climático de casos do tipo.