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Morte de mulher presa por mau uso do véu gera onda de protestos no Irã

Mahsa Amini, de 22 anos, morreu sob custódia da polícia moral do país

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Protesto no Irã
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A morte de uma jovem de 22 anos sob custódia policial provocou uma onda de protestos no Irã, que nesta 4ªfeira (21.set) resultou na morte de quatro pessoas e pedidos pela queda da própria República Islâmica. 

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Mahsa Amini foi detida em 12 de setembro pela polícia moral de Teerã, por supostamente usar o véu islâmico obrigatório muito frouxamente. Três dias depois, ela foi dada como morta. Autoridades do país alegam que a jovem sofreu um ataque cardíaco e negam qualquer tipo de maus-tratos, mas o caso repercutiu e gerou revolta nas mulheres do país, que vivem sob leis restritas desde a Revolução Islâmica em 1979.

Demonstrações têm tomado as ruas do país desde então, com mulheres queimando o véu, conhecido como hijab, e mostrando os cabelos publicamente, o que pode resultar em prisão e até espancamento. Muitos iranianos, particularmente os jovens, passaram a ver a morte de Amini como parte do policiamento cada vez mais amplo contra dissidência pela República Islâmica e do tratamento cada vez mais violento da polícia moralista às mulheres jovens.

O grupo de direitos humanos Anistia Internacional, com sede em Londres, disse que as forças de segurança usaram bastões, balas de borracha, gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes, e relatou, ao menos, oito mortes relacionadas aos distúrbios, incluindo quatro pessoas mortas pelas forças de segurança.

Também houve uma interrupção generalizada na Internet, incluindo a perda de acesso ao Instagram e WhatsApp, duas das últimas plataformas de mídia social ocidentais disponíveis no país.

Uma autoridade iraniana havia sugerido anteriormente que tais medidas poderiam ser tomadas por questões de segurança. A perda de conectividade tornará mais difícil para as pessoas organizarem protestos e compartilharem informações sobre a repressão contínua do governo à dissidência.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, que se dirigiu à Assembleia Geral da ONU nesta 4ª, prometeu uma investigação.

* Com informações da Associated Press

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