Faltou um discurso americano sobre Elizabeth II
Joe Biden emitiu um texto em conjunto com a primeira-dama e confirmou que vai ao funeral da rainha. Líderes mundiais devem desembarcar em Londres na véspera da Assembleia Geral em Nova York
Poucos minutos depois do anúncio da morte da rainha, uma câmera de TV posicionada na frente da entrada do Salão Oval, na Casa Branca, foi deixada no tripé apontada para cima. As imagens estavam sendo gravadas para que o "pool" - equipes que cobrem o presidente - tivesse acesso ao momento que, todos sabiam, ia acontecer.
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A principal bandeira, no topo da residência oficial americana, foi baixada a meio-mastro em uma quinta-feira de céu nublado. "Ela foi mais que uma monarca. Ela definiu uma era", disseram Joe e Jill Biden em um comunicado emitido naquele mesmo dia.
Houve uma expectativa por um pronunciamento em vídeo como o do canadense Trudeau e outros chefes de Estado. O que não aconteceu. O texto do casal Biden, no entanto, foi cortês, positivo e em convergência com o que disseram líderes em diferentes partes do mundo. Houve consenso.
Tradição importa
Foi o que disse Michelle Obama ao visitar a Casa Branca esta semana pela primeira vez junto ao marido desde que ele deixou a presidência. Na ocasião, foram apresentadas as pinturas oficiais do casal feitas por dois artistas plásticos americanos, Robert McCurdy e Sharon Sprung.
Barack tirou risos da plateia com um discurso descontraído em que falou da vida na residência oficial por oito anos e sobre o trabalho realista do pintor McCurdy que deixa visível cada fio branco. Coube a Michelle falar de política.
A ex-primeira-dama discursou sobre inclusão social, racial, deu o recado sobre a importância da democracia e sobre o que as duas imagens apresentadas em um salão lotado representam.
As obras são uma lembrança do legado de quem foi eleito para um período específico, disse Michelle. Ela não citou Trump ou a invasão do Capitólio em 2021 quando apoiadores do ex-presidente tentaram impedir a validação dos votos da última eleição no país mas a mensagem foi clara. "Tradição importa", falou Michelle.
A ONU e o adeus à rainha
Assim que Joe Biden afirmou que comparecerá ao funeral da rainha Elizabeth II, jornalistas que cobrem o dia a dia do presidente americano começaram a questionar sobre a viabilidade das datas.
Como o adeus à monarca terá duração de dez dias, é provável que os chefes de Estado cheguem à Inglaterra na véspera do primeiro dia de discursos da Assembleia Geral da ONU que acontece em 20 de Setembro.
O Brasil, como é tradição, abre a sequência de pronunciamentos. É provável que Heatrow e JFK tenham um acúmulo de aeronaves presidenciais em um só dia com a conexão Londres - Nova York.
Gentileza
Enquanto um funcionário do governo americano falava sobre o risco que a varíola ainda representa no país e que ações precisam ser feitas para evitar um maior contágio, uma imagem chamou a atenção.
É comum ver os fotógrafos que cobrem a Casa Branca se movimentarem em conjunto para os clicks diários. O espaço que hoje acomoda os correspondentes tem medidas tímidas. Ali, até a década de sessenta, era o lugar onde havia uma piscina coberta. Em 69 Richard Nixon decidiu reformar o local e transformá-lo em sala de imprensa.
Se falta espaço para tanta gente, sobra gentileza. O deadline é apertado para todos. A missão é quase sempre a mesma. E como em um ballet com passos sincronizados, cada um garante, sem desavenças, a foto da vez.