Atriz Anne Heche morre aos 53 anos após ter suporte de vida desligado
Ela sofreu um acidente e colidiu o carro contra uma casa em 5 de agosto nos EUA
Anne Heche, a atriz de cinema e televisão vencedora do Emmy, morreu pelos ferimentos causados em um acidente de carro em 5 de agosto. Ela tinha 53 anos. Heche foi "pacificamente retirada do suporte de vida", disse a porta-voz Holly Baird em um comunicado na noite de domingo (14.ago).
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Heche estava respirado por aparelhos, internada em um centro de queimados de Los Angeles após sofrer uma "grave lesão cerebral anóxica", causada por falta de oxigênio, quando o carro colidiu com uma casa. Ela teve a morte cerebral declarada na 6ª feira (12.ago) e foi mantida em suporte de vida caso seus órgãos pudessem ser doados, uma avaliação que levou nove dias. Nos EUA, a maioria dos transplantes de órgãos é feita após essa determinação.
Natural de Ohio, Heche sofreu uma infância abusiva e trágica. Ela se mostrou bastante promissora para receber oferta de trabalho profissional já no ensino médio e ganhou destaque pela primeira vez na novela da NBC "Another World" de 1987 a 1991, ganhando um Daytime Emmy Award pelo papel das gêmeas Marley e Vicky Hudson.
Na mesma época, sua vida pessoal ganhou fama ainda maior. Ela conheceu a apresentadora Ellen DeGeneres na festa do Oscar da Vanity Fair em 1997, se apaixonou e começou um relacionamento de 3 anos, que fez um dos primeiros casais abertamente gays de Hollywood. Mas Heche disse mais tarde que sua carreira foi prejudicada por uma indústria cautelosa em colocá-la em papéis principais. Depois que ela e DeGeneres se separaram, Heche teve um colapso público e falou abertamente de sua saúde mental.
No outono de 2000, logo após o rompimento com DeGeneres, Heche foi hospitalizada após bater na porta de um estranho em uma área rural perto de Fresno, Califórnia. As autoridades disseram que ela parecia abalada e desorientada e falou de forma incoerente com os moradores.
Em um livro de memórias lançado no ano seguinte, "Call Me Crazy", Heche falou sobre as batalhas ao longo da vida. Durante uma entrevista em 2001 com a jornalista de TV Barbara Walters, Heche relatou em detalhes dolorosos supostos abusos sexuais cometidos por seu pai, Donald Heche, que professava ser devoto religioso e morreu em 1983 de complicações da AIDS. Ela descreveu seu sofrimento como tão extremo que ela desenvolveu uma personalidade separada e se imaginou descendente de outro planeta.
Nos últimos dias da vida do pai, ela descobriu que ele era secretamente gay e que acreditava que sua incapacidade de viver honestamente alimentou sua raiva e comportamento nocivo. Não muito tempo depois que seu pai morreu, seu irmão Nathan -- um de seus quatro irmãos -- foi morto em um acidente de carro.
"Eu não sou louca. Mas é uma vida louca. Fui criada em uma família louca e levou 31 anos para tirar a loucura de mim", disse Heche a Walters. Em um esforço para escapar do passado, "eu bebi, eu fumei, eu usei drogas. Eu fiz sexo com pessoas. Fiz tudo o que pude para tirar a vergonha da minha vida".
Heche trabalhou consistentemente em filmes menores, na Broadway, e em programas de TV nas últimas duas décadas. Recentemente, ela teve papéis recorrentes nas séries da rede "Chicago PD" e "All Rise", e em 2020 foi uma concorrente no programa de dança "Dancing With the Stars".
* Com as informações da Associated Press
