Europa tem verão com recorde de hectares queimados por incêndios
Península Ibérica lidera ranking de áreas devastadas devido às altas temperaturas
Camila Stucaluc
O saldo de hectares queimados na Europa já passa da marca de 660 mil desde o início do ano. Dados divulgados no domingo (14.ago) pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) mostram que o número é influenciado, sobretudo, pelas altas temperaturas locais, que chegaram a 40ºC, fazendo com que a cifra de florestas destruídas ultrapasse o contabilizado desde 2006 - início do monitoramento.
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Segundo o levantamento, a área mais atingida, até o momento, foi a Península Ibérica. Na Espanha, que sofreu duas grandes ondas de calor no verão entre junho e agosto, 246.278 hectares foram queimados principalmente nas regiões da Galiza, província castelhana de Zamora e Extremadura. Já em Portugal, um incêndio no parque natural da Serra da Estrela demorou uma semana para ser controlado, destruindo 17 mil hectares.
A França também presenciou o pior período de queimadas em 16 anos, solicitando ajuda internacional para conter os focos de fogo, espalhados sobretudo por Gironde e Landiras. As chamas destruíram mais de 7 mil hectares de floresta, além de provocar a evacuação de cerca de 12 mil pessoas. Outros incêndios foram registrados na Croácia, Eslovênia e Áustria.
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Na última semana, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o mês de julho deste ano está entre os mais quentes já vistos, ficando cerca de 0,4°C acima do período de referência, de 1991 a 2020. Diante do cenário, a entidade, disse que "esse tipo de onda de calor é o novo normal", uma vez que as altas temperaturas se tornarão mais intensas e com maior duração devido ao aquecimento global.