Instituição de príncipe Charles recebe doação da família Bin Laden
Nota da Clarence House confirmou doação, mas garantiu que Charles não estava envolvido diretamente
Luiza Bervian
Um relatório mostrou que uma das organizações de caridade do Príncipe Charles, membro da Corte Real britânica, recebeu uma doação de 1 milhão de libras da família do terrorista morto Osama Bin Laden.
O fundo de caridade do Príncipe de Gales teria recebido a doação em 2013 dos irmãos Bakr e Shafiq bin Laden, meio-irmãos de Osama bin Laden, fundador da Al Qaeda e líder dos ataques de 11 de setembro. Não há nenhuma evidência que os dois tenham participado ou patrocinado o ataque, no entanto. A família até chegou a deserdar Osama por suas atividades extremistas em 1994.
O jornal The Sunday Times informou que o herdeiro do trono concordou em receber as doações e até intermediou o acordo, mesmo com os próprios conselheiros tendo afirmado que era melhor recusar pela repercussão que a aliança com a família do homem que matou milhares de pessoas, incluindo mais de 60 britânicos, teria. Um funcionário real não identificado negou que o príncipe tenha aceitado a doação, negociado o acordo ou sido aconselhado a devolver a quantia.
A notícia é mais uma da série de escândalos que se segue, incluindo um relatório que afirma que Charles teria aceitado 1 milhão de euros de um bilionário do Catar. O dinheiro teria sido recebido em sacolas de compras e malas entre 2011 e 2015. Mas a corte afirmou que o dinheiro também seria destino à caridade.
No sábado, a Clarence House, escritório e residência oficial do príncipe, confirmou que os irmãos Bin Laden haviam doado o dinheiro para a instituição de caridade real, mas contestou relatos de que o príncipe Charles havia intermediado o acordo ou tomado a decisão pessoalmente de aceitá-lo.
"O Fundo de Caridade do Príncipe de Gales nos garantiu que a devida diligência foi realizada ao aceitar esta doação", dizia o comunicado.