Colômbia elege próximo presidente neste domingo
À frente na disputa está o candidato de esquerda Gustavo Petro; eleições no país têm histórico violento
Bruna Yamaguti
Os colombianos vão às urnas neste domingo (29.mai) para escolher o novo presidente do país. À frente nas pesquisas de intenção de voto está Gustavo Petro, do partido de esquerda Pacto Histórico. Depois, aparece Federico 'Fico' Gutiérrez, do partido Creemos Colombia -- que defende o conservadorismo e o liberalismo econômico --, seguido de Rodolfo Hernández, candidato independente com ideais de direita radical.
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A expectativa é de que a chapa de Gustavo Petro e Francia Márquez saia vitoriosa. Caso isso aconteça, uma hegemonia de 24 anos de governos conservadores de direita na Colômbia será quebrada. No entanto, há uma tensão em torno do pleito, já que o país tem histórico de fraude e violência nas eleições.
O Ministério do Interior informou que há 210 mil militares e 95 mil policiais espalhados pelas ruas, a fim de evitar episódios indesejados. Nas eleições de 2018, quando o atual presidente Iván Duque foi escolhido, a Colômbia registrou 322 casos de violência eleitoral. Segundo a ONG Misión de Observación Electoral, em 2022, o total aumentou em 112% e foi para 683.
Em meio ao favoritismo quase inédito da esquerda, no início de maio, o candidato Gustavo Petro denunciou ameaças de morte e, desde então, tem usado um colete à prova de balas. No Brasil, o candidato tem o apoio do ex-presidente Lula (PT), que disse desejar a eleição de Petro para que "a partir de outubro deste ano, Colômbia e Brasil possam construir uma América do Sul forte, com integração política, econômica e cultural".
"Gustavo Petro é a certeza de que a Colômbia será democrática depois das eleições", disse Lula. Essa é a terceira tentativa de Petro de chegar à Presidência e as pesquisas apontam sua vitória logo no primeiro turno. Aos 62 anos, o economista e ex-guerrilheiro foi eleito senador em 2006 e prefeito de Bogotá de 2012 a 2015. Em 2018, venceu novamente a disputa ao Senado. Seu discurso é focado em aumentar a presença do estado na economia. Também defende pautas sociais e ambientais.
Oposição
Em segundo nas pesquisas eleitorais, Fico Gutiérrez, de 48 anos, é opositor direto de Gustavo Petro. Ele mantém uma campanha semelhante à que levou Álvaro Uribe, político de extrema direita, ao poder de 2002 a 2010. Com discurso focado na "preservação da democracia e das liberdades", Gutiérrez promete derrotar o "populismo autoritário". Além disso, afirma que será incisivo contra guerrilheiros, rebeldes e exércitos do narcotráfico.
Já Rodolfo Hernández, que aparece em terceiro nas intenções de voto, é considerado um político "outsider". Comparado algumas vezes ao ex-presidente norte-americano Donald Trump, Hernández não compareceu a nenhum debate e focou sua campanha, sobretudo, nas redes sociais. Controverso, já se declarou admirador de Adolf Hitler e uma de suas principais promessas de campanha é o "fim da corrupção".