Diretor da OMS reforça que "paz é um pré-requisito para a saúde"
Tedros Adhanom discursou na abertura da 75ª Assembleia Mundial da Saúde
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, reforçou neste domingo (22.mai) que "a paz é um pré-requisito para a saúde" e, da mesma forma, "não pode haver paz sem saúde". As afirmações foram feitas em discurso na abertura da 75ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), que vai até 28 de maio, em Genebra, na Suíça.
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Segundo Tedros, "onde a guerra vai, a fome e a doença seguem logo atrás". "A pandemia do covid-19 não causou a guerra na Ucrânia; e a guerra não causou a pandemia. Mas agora eles estão entrelaçados. Até este ano, a Ucrânia estava entre os países que estavam fazendo o progresso mais rápido em direção à cobertura universal de saúde. Estamos profundamente preocupados com o impacto da guerra sobre esses ganhos. Já vimos muitas clínicas e hospitais fechados, trabalhadores de saúde deslocados e serviços interrompidos", completou.
A OMS, disse, verificou 373 ataques à saúde em 14 países e territórios até 2022. Esses ataques provocaram a mortes de 154 profissionais de saúde e pacientes, e deixaram 131 feridos. Atualmente, a entidade trabalha em zonas de conflito na Etiópia, na Síria, na Ucrânia e no Iêmen, entre outros, para fornecer medicamentos, equipamentos, treinamento e consultoria técnica visando a apoiar os cuidados para com os necessitados.
Tedros utilizou parte do discurso ainda para falar sobre a pandemia especificamente. Ele agradeceu os esforços feitos pelos governos presentes na Assembleia Mundial da Saúde para protegerem seus cidadãos durante a crise sanitária e por trabalharem com a OMS e os parceiros da entidade "para proteger pessoas ao redor do mundo". Segundo o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, esta estima que 15 milhões de pessoas morreram por covid-19 desde o início da pandemia, ante 6 milhões de óbitos relatados.
A pandemia, reforçou, "certamente não acabou". "Eu sei que essa não é a mensagem que você quer ouvir, e definitivamente não é a mensagem que eu quero passar. Não há dúvida de que fizemos progressos, claro que temos: 60% da população mundial está vacinada, ajudando a reduzir hospitalizações e mortes, permitindo que os sistemas de saúde enfrentem e as sociedades reabrem. Mas não acaba em nenhum lugar até que termine em todos os lugares. Os casos relatados estão aumentando em quase 70 países em todas as regiões - e isso em um mundo em que as taxas de testes despencaram. E as mortes relatadas estão aumentando no meu continente - o continente com a menor cobertura de vacinação", acrescentou.
De acordo com Tedros, a pandemia não vai desaparecer "magicamente", mas a humanidade possui o conhecimento e as ferramentas para pôr fim a ela. "A ciência nos deu a vantagem", disse. Na sequência, fez uma série de apelos aos países, como para ajudarem aqueles que não atingiram 70% de cobertura vacinal a fazê-lo, e manterem vigilância e sequenciamento do coronavírus.
Ele relembrou também outros surtos de doenças em curso no mundo: "Enquanto falamos, nossos colegas de todo o mundo estão respondendo a surtos de Ebola na República Democrática do Congo, varíola e hepatite de causa desconhecida e crises humanitárias complexas no Afeganistão, Etiópia, Somália, Sudão do Sul, República Árabe Síria, Ucrânia e Iêmen. Enfrentamos uma formidável convergência de doenças, seca, fome e guerra, alimentada por mudanças climáticas, desigualdade e rivalidade geopolítica".
O ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, chefia a delegação brasileira na durante a 75ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS).
Ao lado do representante do Brasil ?? junto à ONU em Genebra, embaixador Tovar da Silva Nunes, participei da solenidade de abertura da Assembleia Mundial da Saúde, promovida pela @WHO pic.twitter.com/u1tR160KSa
? Marcelo Queiroga (@mqueiroga2) May 22, 2022