Demonstrações de força da Rússia intensificam tensão com a Otan
Tentativas diplomáticas de evitar um conflito não funcionam como esperado
SBT Brasil
Enquanto a movimentação militar no leste europeu aumenta, a diplomacia patina em tentativas de resolver a crise da Ucrânia pacificamente. O chanceler russo chamou uma reunião com sua colega britânica de "conversa de surdos e mudos".
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Você não estaria vendo as imagens das tropas se deslocando se o governo russo não quisesse, mas a demonstração de força neste momento é parte da disputa que fica cada vez mais séria.
"O número de forças russas está aumentando e o tempo de alerta para um possível ataque, diminuindo", disse Jens Stoltenberg, o secretário-geral da Otan, a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, que hoje deslocaram um avião bombardeio para a Inglaterra.
Em Belarus, começaram hoje os exercícios militares da Rússia. É o maior deslocamento de tropas russas para o país aliado de Moscou desde o fim da antiga União Soviética.
Um dos fatores que tornam essa crise ainda mais difícil é que se de um lado há a Rússia, do outro, há vários atores: Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Polônia e Ucrânia, que embora tenham interesses comuns, tem tido posturas diferentes. nesta 5ª, por exemplo, foi a vez dos britânicos lançarem uma ofensiva diplomática.
O primeiro-ministro Boris Johnson visitou a sede da Otan, na Bélgica e depois seguiu para a Polônia, enquanto em Moscou sua ministra das relações exteriores ouvia seu colega russo Sergey Lavrov dizer que não queria lições de moral e que não chama aquilo de diplomacia.
O presidente francês foi um dos que mais se aproximaram de Putin durante a semana. Os Estados Unidos têm uma postura mais agressiva e a Ucrânia não abre mão de fazer parte da aliança militar, algo que os russos consideram uma declaração de guerra. Essa crise é como uma panela de pressão cada vez mais quente. Todos concordam que o ideal é desligá-la, mas não há consenso em como fazer isso.