Boris Johnson tenta reestruturar governo em meio às demissões
Festa realizada pelo primeiro-ministro durante lockdown causou indignação e desligamentos
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, está lidando com a saída de quatro assessores de seu governo. Eles pediram demissão após a polêmica de que Johnson teria feito festas em seu gabinete durante o lockdown imposto por ele mesmo.
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Na última 5ªfeira (03.fev), a conselheira conhecida como "o cérebro" do britânico, Munira Mira, que trabalhou com ele por mais de uma década, pediu demissão. Ela apoiou o ministro até mesmo após a revelação sobre as festas, mas disse que a "acusação grosseira" de que um líder da oposição não conseguiu impedir um pedófilo foi a gota d'água. "Este não foi um argumento normal político, foi uma referência inapropriada e partidária a um caso horrendo de abuso sexual infantil", escreveu Mirza em uma carta de demissão, publicada pela revista The Spectator.
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Após a saída de Mirza, o escritório de Johnson anunciou a saída de mais três funcionários de alto escalão: o chefe de gabinete Dan Rosenfield, o diretor de comunicações Jack Doyle e o principal secretário particular Martin Reynolds. Parlamentares conservadores leais a Johnson descreveram as saídas como parte de uma reforma planejada para restaurar a ordem em seu escritório na 10 Downing Street. "O primeiro-ministro foi absolutamente claro na segunda-feira que haveria mudanças e foi isso que ele entregou", disse o ministro da Energia, Greg Hands. "Este é o primeiro-ministro assumindo o comando", disse.
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O controle do primeiro-ministro no poder foi abalado pela raiva pública com as revelações de que sua equipe realizou festas no escritório do tipo "traga sua própria bebida", comemorações de aniversário e "sextas-feiras de vinho" às vezes em 2020 e 2021, enquanto milhões na Grã-Bretanha foram impedidos de se reunir com amigos e familiares por causa das restrições do covid-19.
Johnson pediu desculpas e prometeu resolver os problemas em seu escritório, embora não admitisse irregularidades pessoais. Rosenfield, Doyle e especialmente Reynolds, que enviaram a 100 funcionários do governo um convite para uma festa no jardim BYOB em maio de 2020, provavelmente já seriam demitidos como parte da mudança pós-"partygate" de Johnson. Mas a partida de Mirza foi inesperada.
*Com as informações, Associated Press