Julian Assange consegue evitar deportação imediata para os EUA
Fundador do Wikileaks terá última chance na Suprema Corte do Reino Unido
Sérgio Utsch
Os advogados de Julian Assange conseguiram evitar, por enquanto, a extradição dele para os Estados Unidos. A segunda instância da Corte de Justiça do Reino Unido considerou que o fundador do Wikileaks tem o direito de recorrer à Suprema Corte. Eles agora tem 14 dias para apresentar a nova defesa.
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Assange é investigado pela justiça norte-americana pelo vazamento de milhares de informações confidenciais em 2010 e 2011. A documentação mostrava que militares dos Estados Unidos mataram centenas de civis no Afeganistão, em circunstâncias que eram mantidas secretas. Além disso, veio a público que 66 mil civis foram mortos ou torturados por forças iraquianas, com o apoio dos Estados Unidos. Uma das imagens publicadas mostrava soldados norte-americanos matando civis com rajadas de tiros, disparados de um helicóptero.
Juízes britânicos já tinham dado a Assange uma vitória que impediria sua extradição com base no estado de saúde mental dele, mas os Estados Unidos conseguiram reverter a decisão em dezembro do ano passado, dando garantias de que Assange teria os direitos respeitados. O fundador do Wikileaks ficou refugiado sete anos na Embaixada do Equador, no centro de Londres. Na época, ele tentava evitar uma extradição para a Suécia, onde era acusado de assédio sexual, algo que ele sempre negou. A denúncia acabou arquivada pelos promotores suecos.
Desde 2019, ele está na prisão Belmarsh, na periferia de Londres, por descumprir os termos de sua liberdade provisória, enquanto estava refugiado no prédio da diplomacia equatoriana. O fundador do Wikileaks tem apoio de dezenas de organizações, como a Anistia Internacional para quem "a decisão dos Estados Unidos em processar Assange por publicar documentos que mostram possíveis crimes de guerra cometidos pelos militares do país é nada mais do que um ataque ao direito de liberdade de expressão".