Suspeito de entregar Anne Frank é identificado após 77 anos
Investigação foi liderada por historiadores; pesquisa durou seis anos
Uma nova investigação liderada por historiadores e especialistas pode ter identificado o suposto traidor da família de Anne Frank, adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto. A equipe também inclui um ex-agente do Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês).
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De acordo com a apuração, que levou cerca de seis anos, o suspeito trata-se de Arnold van den Bergh, também judeu, que "provavelmente abriu mão da família Frank para salvar a vida dos seus familiares". Ele teria sido membro do Conselho Judaico de Amsterdã, um órgão forçado a implementar a política nazista em áreas judaicas. Com a suspensão da entidade em 1943, a maioria dos participantes foi enviada para campos de concentração.
No entanto, a equipe de investigação descobriu que Arnold continuou vivendo normalmente em Amsterdã durante o período, o que, segundo sugestão, mostrou que ele estava fornecendo informações aos militares alemães.
"Quando Arnold perdeu toda série de proteções que o isentava de ter que ir aos campos, ele teve que fornecer algo valioso aos nazistas com quem teve contato para que ele e sua esposa, naquele momento, ficassem seguros", disse o ex-agente do FBI Vince Pankoke à CBS 60 Minutes. Ele informou, ainda, que a equipe encontrou evidências sugerindo que o pai de Anne, Otto Frank, sabia da suposta identificação do traidor, mas manteve segredo para evitar possíveis confusões.
Em um comunicado, o museu da Casa de Anne Frank disse estar "impressionado" com as descobertas da equipe de investigação. O diretor executivo da instituição, Ronald Leopold, acrescentou que a nova pesquisa "gerou novas informações importantes e uma hipótese fascinante que merece mais pesquisas". Segundo um jornal holandês, Arnold morreu em 1950, cinco anos após o fim da Segunda Guerra Mundial.
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A obra "O Diário de Anne Frank" é reconhecida no mundo inteiro e ficou famosa pelos relatos da adolescente judia sobre a tensão de viver escondida do governo alemão para sobreviver a guerra. Os últimos registros de Anne no diário foram nos dias 1º de agosto de 1944 e, três dias depois, 4 de agosto. Após uma denúncia, a Polícia de Segurança alemã descobriu o esconderijo da família e todos foram presos e deportados. Ela morreu em 1945, aos 15 anos, em um campo de concentração.