Ódio contra judeus cresce durante a pandemia, aponta relatório da UE
Falta de coleta de dados sobre o antissemitismo por países da Europa torna combate mais difícil
SBT News
O antissemitismo, ódio contra os judeus, cresceu na Europa durante os dois anos de pandemia, principalmente de forma online, aponta o relatório divulgado pela Agência de Direitos Humanos da União Europeia (FRA).
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Somente 13 países da união europeia têm planos de ação nacionais e estratégias para combater os atos antijudaicos. Bélgica, República Tcheca, França, Grécia, Hungria e Holanda estabeleceram mecanismos para organizações coletarem dados sobre incidentes anti-semitas.
No entanto, os casos são raramente reportados, o que faz com que seja impossível saber o real tamanho do preconceito no continente. Hungria e Portugal, por exemplo, não possuem nenhum registro. "O antissemitismo é um problema sério. Mas sem os dados, não sabemos o quão sério é. A falta de dados também nos impede de combater o anti-semitismo de maneira eficaz. Os países da UE precisam intensificar seus esforços para encorajar a notificação e melhorar o registro e a coleta de dados", afirma o diretor da agência Michael O'Flaherty.
Em 2020, a polícia da Alemanha registrou 2.351 crimes de motivação política anti-semita. Este é o número mais alto registrado entre 2010 e 2020 e o quinto ano consecutivo de aumento no número de crimes registrados. Em 2020, a RIAS (Associação Federal de Departamentos de Pesquisa e Informações sobre Anti-semitismo) publicou um relatório que aponta que nos primeiros meses da pandemia, 44% dos casos de ódio aos judeus estavam associados a covid-19.
Na Áustria, a pesquisa feita não-oficialmente pela ZARA aponta pelo menos 585 casos em 2020, o maior número em 10 anos. O relatório, no entanto, reforça que os poucos dados que existem não podem ser comparados entre os países pelas diferentes metodologias e fontes de coleta.