Presidente da França cobra ressarcimento por pedofilia na Igreja Católica

Em entrevista coletiva, na 4ª feira (6.out), o presidente da França, Emmanuel Macron, comentou o relatório que aponta mais de 300 mil vítimas de abusos sexuais nas instituições católicas do país, e disse que a sociedade precisa de "verdade e ressarcimentos". 

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O líder francês, porém, elogiou o "espírito de responsabilidade da Igreja", mas cobrou sequência a esse processo. "Espero que o trabalho continue de maneira lúcida e pacífica. Nossa sociedade precisa disso. Preciso da verdade e de ressarcimentos", disse.

Após a divulgação do relatório, no último dia 5, o papa Francisco também se pronunciou, dizendo sentir vergonha de si mesmo e da Igreja Católica pelos crimes cometidos. O pontífice também pediu que bispos e superiores religiosos façam o esforço necessário para que "tragédias semelhantes não voltem a acontecer".

Elaborado pela Comissão Independente sobre os Abusos Sexuais na Igreja (Ciase), o relatório de mais de 2,5 mil páginas apontou para 330 mil casos de abusos sexuais dentre de instituições religiosas na França, entre 1950 e 2020. Cerca de 3 mil pedófilos foram identificados, incluindo padres e clérigos. Embora o número seja alto, os membros da organização alertaram que representa apenas uma parte do problema, já que a apuração foi baseada apenas em arquivos da Igreja, Justiça, polícia, imprensa e em depoimentos de vítimas e testemunhas.