Chanceler diz que EUA apoiarão fábrica de semicondutores no Brasil
Carlos França manteve encontros bilaterais após ter resultado negativo para covid-19
Patrícia Vasconcellos
Nova York - Foi entre uma reunião bilateral e outra que o chanceler brasileiro recebeu o SBT News para uma entrevista nesta 5ª feira (23.set). Carlos Alberto França chegou a Nova York no domingo junto com a comitiva que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O chanceler manteve a agenda de compromissos após dois resultados negativos de exames PCR. O primeiro foi realizado na 4ª feira (22.set) pela manhã, horas depois da confirmação do teste positivo para covid-19 do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. "Sigo todas as normas definidas pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças). Sou totalmente vacinado contra a covid-19, não tenho sintomas e meu teste foi negativo", disse França, após a conversa com o SBT News. Na entrevista, o chanceler afirma que o Brasil trouxe para a ONU a imagem de um país dinâmico que fez seu trabalho.
Carlos Alberto França também comentou a primeira reunião bilateral presencial que teve nesta semana com o Secretário de Estado americano Antony Blinken. "Eu já tinha tido um bom contato com ele no mês de junho, com telefonemas bastante longos, onde nós pudemos revisitar a agenda bilateral com Estados Unidos que é uma agenda vasta." Segundo França, os temas principais do encontro foram a pauta comercial, direitos humanos e projetos futuros sobre o meio ambiente. Pauta que os Estados Unidos têm como prioritária. No discurso da Assembleia Geral, Joe Biden anunciou o aumento da projeção para redução dos gases poluentes que causam o efeito estufa e disse que as catástrofes naturais recentes são um "código vermelho para a humanidade". Na reunião entre Blinken e França, a mensagem americana foi a de que o desenvolvimento deve vir com aumento das ambições para proteção climática.
Sobre projetos futuros, França citou a intenção de se construir uma fábrica de semicondutores no Brasil. "É uma iniciativa do Ministerio de Relações Exteriores, Casa Civl, Economia, Comunicações e Ciência e tecnologia. A pandemia trouxe ensinamentos. É preciso diversificar a base de produção de semicondutores", disse o chanceler. Hoje, a China lidera este mercado. "Seria importante que no Hemisfério Ocidental, no continete americano, nós pudéssemos ter uma produção de semicondutores. Os Estados Unidos têm apostado nisso, em uma fábrica no Texas, também no México e achamos que o Brasil por ter reservas de terras, raras, água e arquitetura podemos fazer parte deste esforço hemisférico".
O Haiti também foi tratado na reunião dos chanceleres. "O drama que passam os irmãos haitianos desperta em nós o sentimento de solidariedade e fazer algo mais. O Brasil tem um histórico com o Haiti grande. O sistema de saúde pública do Haiti foi montado com recursos das Nações Unidas mas graças ao esforço da força brasileira de cooperação. O que existe hoje ali no sistema público de saúde é algo que foi criado a partir da expertise brasileira." França ainda afirmou que há um interesse de concessão de visto humanitário para os haitianos e defendeu a cooperação regional entre os países do continente para melhorar as condições no país caribenho.
O chanceler ainda comentou a recente decisão americana de não mais exigir, a partir de novembro, quarentena para turistas brasileiros que forem totalmente vacinados contra a Covid19. "É um desejo de muitos brasileiros que aqui tem trabalho, turismo, negócios. "O turismo brasileiro é importante para os estados americanos como a Flórida por exemplo".
Confira a entrevista: